Venezuela fecha fronteira com o Brasil até a próxima segunda-feira

Medida parte de autoridades venezuelanas, no contexto da posse de Nicolás Maduro

Venezuela fecha fronteira com o Brasil até a próxima segunda-feira
Nicolás Maduro em visita ao Brasil, em 2023. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O Ministério das Relações Exteriores informou, na noite de sexta-feira (10), o fechamento temporário da fronteira da Venezuela com o Brasil. A medida é, contudo, de total responsabilidade das autoridades venezuelanas e terá duração até a próxima segunda-feira (13).

Tal iniciativa das autoridades venezuelanas surge na semana da posse do presidente Nicolás Maduro para um novo mandato. Reeleito no ano passado, Maduro tem sido alvo de críticas de autoridades internacionais, que questionam a idoneidade do processo. É também um período de tensões diplomáticas entre as nações sul-americanas, que dividem-se em relação à postura diante da crise venezuelana.

Nesta semana, o governo dos EUA anunciaram uma recompensa de U$25 milhões (cerca de R$152 mi) para qualquer pessoa que fornecer informações sobre o paradeiro de Maduro. O governo dos EUA declara abertamente a sua intenção de prender o presidente venezuelano. Estas são algumas das facetas da atual crise, que se desenrola de forma a aumentar as tensões políticas em nosso continente.

Em nota, o Itamaraty divulgou orientações a brasileiros que vivem no país vizinho e, porventura, precisem de ajuda do governo brasileiro. Nesse caso, poderão acionar os plantões consulares da Embaixada do Brasil em Caracas (+58 414 3723337) e do Vice-Consulado em Santa Elena de Uairén (+58 424 9551570), ambos com Whatsapp.

A posse de Nicolás Maduro

Em cerimônia realizada na Assembleia Nacional da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro foi empossado para o terceiro mandato como chefe do Executivo do país. O novo mandato terá vigência para o período de 2025 a 2031. No discurso, Maduro, destacou que falharam em impedir sua posse.

A disputa em torno da presidência do país tem causado apreensão dentro e fora da Venezuela. Diversos países contestaram o resultado das urnas e apontaram fraude nas eleições. Na véspera da posse presidencial, observou-se animosidade e troca de acusações entre governistas e a oposição, e a prisão de adversários políticos do governo.

Conforme noticiou a Agência Brasil, circularam notícias, na imprensa brasileira, na última quinta-feira (9), sobre a prisão da principal expoente da oposição venezuelana, María Corina Machado, durante um protesto. O Comando Com Venezuela publicou nova comunicação informando que ela foi obrigada a gravar vídeos para negar a detenção e que foi condição para ser liberada. Autoridades alegaram que a ex-deputada criou um factóide para tentar “manchar” a posse do presidente Nicolás Maduro, que ocorreu na sexta-feira (10). Também afirmaram que as manifestações têm estado vazias.

Três dias antes da posse de Maduro, também reportou-se a prisão do ex-candidato à presidência do país, Enrique Márquez, do partido Centrados, acusado de tentativa de golpe de Estado. De acordo com o governo, Márquez estaria articulando uma posse paralela à presidência do país do opositor Edmundo González, a partir de alguma embaixada venezuelana no exterior.

O estremecimento nas relações do país vizinho com o Brasil ocorre em meio a críticas diretas da Venezuela. Para Maduro, o Brasil foi responsável por vetar seu ingresso no grupo do Brics, durante a cúpula da organização, em Kazan, na Rússia, em novembro. As acusações e rupturas diplomáticas se estenderam à Argentina e ao Paraguai.

As informações são da Agência Brasil.