Trump assina tarifas recíprocas a países que cobram taxas de importação de produtos americanos

O Brasil pode também ser afetado com a desaceleração da economia chinesa caso Trump confirme taxas mais altas aos seus produtos

Trump assina tarifas recíprocas a países que cobram taxas de importação de produtos americanos
Foto: Reprodução/Fox News/ Youtube

Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, o presidente Donald Trump deve assinar nesta quinta-feira (13), o decreto que impõe tarifas a países que cobram taxas de importação sobre os produtos norte-americanos, com “efeito imediato,” conforme ele próprio admitiu.

O decreto será assinado antes da visita oficial do primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi.

Desde a campanha à presidência, Trump se mostrava disposto a favorecer a atividade doméstica dos EUa, limitando a concorrência estrangeira.

Trump assinou na segunda-feira (10), um decreto impondo tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio ao país vigorando desde a quarta-feira (12).

Na ocasião, Trump disse: “este é o primeiro de muitos. E você sabe o que quero dizer com isso? Outros assuntos, tópicos, proteger nossas indústrias de aço e alumínio é essencial”.

Na mesma segunda, ele prometeu tarifas recíprocas no decorrer da semana e deixou claro que estuda taxar carros, semicondutores e produtos farmacêuticos, separadamente.

Trump taxou em 25% os produtos do México e Canadá no início do mês, mas suspendeu a medida por 30 dias em acordos entre as partes envolvidas.

Aos produtos chineses, o presidente norte-americano elevou as taxas em 10%, com retaliação dos asiáticos impondo tarifas de 10% a 15% dos produtos americanos.

Trump também ameaçou a União Europeia, que reclamou das taxações sobre o aço e o alumínio e em resposta, prepara medidas contra produtos americanos, como o Bourbon, Jeans e motocicletas.

Conforme a chefe da União Europeia, Ursula von der Leyen, “tarifas injustificadas sobre a UE não ficarão sem resposta, elas desencadearão medidas firmes e proporcionais”.

Economistas demonstram preocupação com o resultado do tarifaço de Trump, que “pode ocasionar uma guerra comercial de grande escala, prejudicando a economia global.”

O primeiro impacto seria na inflação americana, já que as tarifas vão aumentar o preço dos insumos básicos e espalhar reajustes ao longo da cadeia produtiva.

Com a inflação alta, o Federal Reserve (Fed), pode ter dificuldade em manter a inflação na meta de 2%.

O reflexo já pode ser sentido no índice de preços ao consumidor, que voltou a 3% em janeiro, numa alta de 0,5%., um resultado que diminui as possibilidades de um novo corte de juros nos EUA neste ano, que já estão na faixa de 4,25% a 4,50%, um cenário que afeta o Brasil (e o mundo), porque uma taxa de juros mais alta faz os títulos públicos americanos renderem mais, atraindo investidores que levam recursos para os EUA, valorizando o dólar frente a outras moedas.

As medidas do presidente norte-americano provocam a fuga de capital no Brasil, e a valorização do dólar pode fazer com que o Banco Central (BC) a elevar a taxa Selic, impactando a atividade econômica brasileira.

O Brasil pode também ser afetado com a desaceleração da economia chinesa caso Trump confirme taxas mais altas aos seus produtos.

* Fonte: G1