Advogado afirma que Bruno Henrique pode ser banido do futebol ou preso por até seis anos

O relatório policial apontou indícios de um esquema envolvendo várias pessoas em fraudes esportivas e a investigação foi encaminhada ao Ministério Público do Distrito Federal

Advogado afirma que Bruno Henrique pode ser banido do futebol ou preso por até seis anos
Foto: Reprodução/Redes sociais

Indiciado pela Polícia Federal por fraude em competição esportiva na última segunda-feira (14), Bruno Henrique, jogador do Flamengo, pode ser banido do futebol ser preso por até seis anos, é o que afirma o advogado especialista em Direito Desportivo, Andrei Kampf.

Conforme investigações, o jogador teria forçado um cartão amarelo no jogo contra o Santos, em dezembro de 2023, para beneficiar apostadores, dentre esses, um irmão, cunhada e prima, além de outros.

Ao todo nove pessoas foram indiciadas pela PF pelo mesmo motivo.

Bruno foi alvo da operação “Spot-Fixing”, em novembro de 2024, um ano após a partida em que é acusado. 

A operação ocorreu depois que algumas casas de apostas alertaram sobre a quantidade de apostas relacionadas ao cartão recebido pelo jogador, com os policiais identificando uma troca de mensagens dele com o seu irmão Wander, exatamente falando sobre a possibilidade de um cartão amarelo naquela partida.

O relatório policial apontou indícios de um esquema envolvendo várias pessoas em fraudes esportivas e a investigação foi encaminhada ao Ministério Público do Distrito Federal que vai decidir pelo oferecimento da denúncia ou não.

Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em quatro cidade de Minas Gerais, inclusive na capital, onde foram recolhidos celulares, computadores e documentos.

Promotores do Ministério Público consideraram que Bruno agiu deliberadamente para receber o cartão e possibilitar que os familiares tivessem lucro nas apostas.

À época, o jogador se disse surpreso e afirmou inocência. “Recebi a operação de uma forma agressiva. Não esperava da forma que foi, mas eu acredito na justiça lá de cima. Deus é um cara que sempre sabe. Minha vida, minha trajetória, desde quando eu comecei a jogar futebol. Deus sempre foi comigo. E, cara, eu estou tranquilo em relação a isso.  As pessoas que estão aí nessa batalha comigo, eu só peço que a justiça seja feita e separar fora de campo com dentro de campo”.

O Flamengo, em nota, afirmou que não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública sobre os fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa.

“O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito”.

Para o advogado Andrei Kampf, Bruno poderá sofrer duras punições caso seu envolvimento no esquema seja comprovado. “Os processos devem tramitar de forma paralela e independente, na Justiça Comum e outro na Justiça Desportiva”.

Na área criminal, o jogador foi indiciado com base no Artigo 200 da Lei Geral do Esporte (Lei 14.597/2023, que trata da fraude desportiva.

“Fraudar por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado”. A pena prevê prisão de dois a seis anos, além de multa.

Bruno pode responder também por estelionato (Art. 171 do Código Penal) e por organização criminosa (Art. 2 da lei 12.850/2013), dependendo do entendimento da promotoria.

Também o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) vai analisar o caso que, de acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), pode impor uma pena de até dois anos de suspensão e, em caso de reincidência, o atleta pode ser definitivamente banido do futebol.

Kampf ressalta, no entanto, que em ambos os processos estão garantidos o direito à ampla defesa e à presunção de inocência. “É preciso haver prova clara, concreta, cabal e definitiva para que qualquer condenação ocorra. A manipulação de resultados compromete diretamente a essência do esporte. Ela fere a integridade esportiva, que é o que garante a imprevisibilidade, a emoção do jogo, a alma do esporte”.

* Fonte: CNN Brasil