A mulher tem que ser guerreira para ter valor?

Não é necessário sofrer para ser reconhecida. Não é preciso abrir mão da própria saúde mental para ser digna de respeito

A mulher tem que ser guerreira para ter valor?
Foto: Banco de Imagens
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Durante muito tempo, a imagem da mulher forte foi associada àquela que suporta tudo, que não reclama, que dá conta de todas as tarefas e que, apesar dos desafios, segue firme e inabalável. Mas será que precisamos mesmo carregar esse peso para sermos valorizadas?

A sociedade impõe uma série de expectativas sobre as mulheres. Para ser considerada bem-sucedida, muitas vezes se espera que ela seja uma empresária ou profissional de destaque, uma mãe impecável, uma esposa dedicada e ainda encontre tempo para se cuidar. Qualquer sinal de vulnerabilidade pode ser visto como fraqueza, e não raro ouvimos frases como: “Mulher tem que ser guerreira”. Mas até que ponto essa exigência é justa?

A verdadeira força da mulher não está em acumular funções e se sobrecarregar para provar algo a alguém. Pelo contrário, está na liberdade de ser quem se é, com suas forças e também com suas fragilidades. Não é necessário sofrer para ser reconhecida. Não é preciso abrir mão da própria saúde mental para ser digna de respeito.

Uma mulher não precisa seguir um padrão de beleza para se sentir pertencente à sociedade. Seu corpo não deve ser um campo de batalhas para atender expectativas externas. Da mesma forma, seu valor não pode ser medido pela quantidade de desafios que suporta sem reclamar.

Cada mulher é única, e sua história de vida, suas vulnerabilidades, seus aprendizados e sua resiliência constroem sua essência. O reconhecimento e a valorização devem vir simplesmente pelo fato de existirmos e sermos quem somos, sem a necessidade de provar nossa força a cada instante.

Ser mulher não é sinônimo de ser guerreira. É sobre ser humana, com momentos de força e também de fraqueza, de conquistas e de pausas. O verdadeiro valor de uma mulher não está na luta constante, mas na liberdade de ser e viver conforme suas próprias escolhas.

Sobre a colunista

Juliana Drummond é esposa, mãe e advogada com mais de 20 anos de experiência na área cível e criminal. Também é especialista em Direitos das Mulheres; pós-graduada em Advocacia Feminista pela Escola Superior de Direito, em São Paulo; capacitada em Advocacia com Perspectiva de Gênero pela Escola Brasileira de Direitos das Mulheres; e representante da OAB Itabira na Comissão Especial Enfrentamento a Violência Doméstica da OAB Minas Gerais.

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