Governador baiano é acionado na PGR após fala contra eleitores de Bolsonaro

O deputado federal Sanderson (PL-RS) protocolou uma solicitação à PGR pedindo que o Jerônimo Rodrigues seja investigado por incitação ao crime, nesta segunda-feira (5)

Governador baiano é acionado na PGR após fala contra eleitores de Bolsonaro
Foto: Reprodução/Redes sociais

Após o governador baiano Jerônimo Rodrigues (PT) sugerir, na última sexta-feira (2), que o ex-presidente Bolsonaro e todos os seus eleitores poderiam ser “levados para a vala,” deputados bolsonaristas acionaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra sua fala discriminatória.

O deputado federal Sanderson (PL-RS) protocolou uma solicitação à PGR pedindo que o Jerônimo Rodrigues seja investigado por incitação ao crime, nesta segunda-feira (5), por declarações que extrapolam o debate político aceitável, adotando um tom agressivo e ameaçador.

“Sugerir que esses eleitores sejam colocados “na vala” com o uso de uma retroescavadeira não pode ser tratado  como simples figura de linguagem, principalmente quando se trata de uma autoridade pública em exercício”.

A mesma atitude foi tomada pelo deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) junto à PGR. Em notícia-crime, Otoni afirmou que o governador ultrapassou limites da liberdade de expressão e que as declarações configuram incitação à violência contra um grupo ideológico específico.

“A permanência da gravação na internet e sus contínua reprodução por diversos canais evidencia a gravidade e o alcance da declaração, que ultrapassa os limites da liberdade de expressão e ingressa no campo penal da incitação pública à prática de crime”.

Já o governador da Bahia, após repercussão negativa, afirma que sua fala foi tirada do contexto. A infeliz fala do governador da Bahia foi feita durante cerimônia de inauguração da Escola Estadual Nancy da Rocha Cardoso, localizada em América Dourada.

“Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta, e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia num pacote. Bota uma ‘enchedeira’. Sabe o que é uma ‘enchedeira’? Uma retroescavadeira. Bota e leva todo mundo para uma vala”.

O discurso provocou reações nas redes sociais e foi replicado, comentado  por diversas figuras da direita, inclusive por Bolsonaro, que na plataforma X afirmou que “a declaração se trata de um discurso de ódio e que, num cenário civilizado deveria ser repudiado imediatamente com ações institucionais firmes; mas nada aconteceu. Esse tipo de discurso, vindo de uma autoridade de Estado, não apenas normaliza o ódio como incentiva o pior: a violência política, o assassinato moral e até físico de quem pensa diferente. É a institucionalização da barbárie com o verniz de “liberdade de expressão progressista”.

Durante as obras de reforma do Teatro Castro Alves, em Salvador, Jerônimo Rodrigues afirmou ser contra qualquer tipo de violência e que suas palavras foram descontextualizadas.

“Foi descontextualizada a declaração. Eu apresentei minha inconformação de como o País estava sendo tratado e dei o exemplo da pandemia. Se o termo vala foi pejorativo ou forte, peço desculpas. Não tenho problemas em registrar se houve excessos na palavra. Não houve intenção nenhuma de desejar a morte de ninguém”.

* Fonte: UOL