São Gonçalo do Rio Abaixo será palco de mostra itinerante das culturas indígenas e afro-brasileiras
A exposição “Oriará” apresenta um conjunto diversificado de obras que exploram diferentes linguagens e abordagens

A exposição itinerante “Oriará – Arte e Educação em Movimento”, realizada pelo Memorial Minas Gerais Vale, já tem sua próxima parada: a cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo. A mostra, que será inaugurada na próxima quinta-feira, 8 de maio, na Praça Central, apresenta obras de artistas negros e indígenas de diferentes partes de Minas Gerais e convida o público a refletir sobre oralidade, território, linguagem, tecnologias e o bem viver. A estrutura, montada em uma carreta de 15 metros adaptada para receber as obras, faz parte do projeto Memorial Vale Itinerante, que está levando arte contemporânea e debates culturais a dez cidades do estado. Durante a permanência da exposição, São Gonçalo do Rio Abaixo também contará com uma programação especial de ações culturais e educativas. O público poderá visitar a mostra até o dia 18 de maio, de terça a sexta, das 8h às 16h, e aos sábados e domingos, das 10h às 18h.
Com curadoria do Programa Educativo do Memorial Vale, a mostra utiliza a arte como ferramenta de diálogo e encontro, buscando aproximar o público de perspectivas importantes sobre a história coletiva e das múltiplas heranças culturais indígenas e afro-brasileiras em Minas Gerais a partir de três eixos: (Re)existências, Cotidianos e Futuros. Além da Itabira, “Oriará” já passou por Belo Horizonte, Congonhas, Jaíba, Curvelo e Itabira. As cidades de Barão de Cocais, Brumadinho e Nova Lima também receberão a exposição.
“O Memorial Vale acumula em sua trajetória muitas experiências e práticas que privilegiam as tecnologias e as histórias dos povos originários e afro-brasileiros no território mineiro, como a exposição itinerante Africanidades e Mineiridades, ações com aldeia indígena Katurãma dos povos Pataxó e Pataxó Hã hã Hãe, a instalação educativa Sementes da Diáspora, dentre outras. A exposição Oriará oferece uma oportunidade única de conhecer a produção artística contemporânea mineira e aprofundar o conhecimento sobre as culturas indígenas e afro-brasileiras”, explica Wagner Tameirão, gestor do Memorial Vale.
“Ori” é uma palavra que vem do Yorubá, cujo significado literal é cabeça. É raiz da palavra Orixá, que designa divindades africanas cultuadas nos territórios brasileiros. Pode-se considerar que “Ori” se refere a um orixá que vive dentro das nossas cabeças, manifestando-se como uma faísca de vida que nos habita. “Ará”, conforme o dicionário Tupi-Guarani, tem alguns significados: dia, sol, nascer, surgir, todo ser vivente, tempo. “Oriará” abre caminhos para a transmissão de conhecimentos e compartilhamento de ideias, volta-se aos modos de vida e à própria presença dos povos indígenas e afro centrados.
Para traduzir o conceito da exposição Oriará, a curadoria estabeleceu três eixos fundamentais: Cotidianos, com reflexões sobre o modo de viver e meio em que se vive; (Re)Existências, com estratégias para viver e existir, e Futuros, com elaborações sobre um futuro abundante construído a partir da ancestralidade. Tais eixos representam distintos pontos de partida para as discussões e os diálogos propostos, relativos à força e à importância das presenças indígenas e afro-brasileiras na sociedade.
SERVIÇO
ORIARÁ: ARTE E EDUCAÇÃO EM MOVIMENTO
Obras de Edgar Kanaykõ Xakriabá, Aldeia Floresta Maxakali, Froiid, Marcel Dyogo, Dayane Tropicaos e Jorge dos Anjos, com curadoria e mediação do Programa Educativo do Memorial Minas Gerais Vale.
Abertura: 8 de maio, quinta-feira, às 9h
Local: Praça Central em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG)
Visitação: de 8 a 18 de maio. Terça à sexta das 8h às 16h. Sábados e domingos das 10h às 18h.
Mais informações: www.memorialvale.com.br /@memorialvale
*Entrada gratuita