Rubens acorda Atlético “pecho frío” e conduz virada épica na Arena MRV

Assim como boa parte dos seus companheiros, Rubens pode ser considerado um jogador nota 6. Porém, é impossível questionar seu nível de entrega

Rubens acorda Atlético “pecho frío” e conduz virada épica na Arena MRV
Foto: Pedro Souza/Atlético

Quem acompanhou o primeiro tempo de Atlético e Fluminense, no domingo (11), pela 8ª rodada do Campeonato Brasileiro, dificilmente imaginou o roteiro escrito no segundo tempo. Foram 45 minutos iniciais complicados…

Muito espaçado, o time de Cuca criou poucas chances, abusou das ligações diretas e permitiu longas posses aos visitantes, que pouco fizeram também. Não era raro ver o Fluminense trocando passes em sua intermediária sem ser incomodado. Postura muito diferente à que o torcedor se acostumou nos últimos anos e, de certa forma, decepcionante, já que se tratava da partida de reabertura da Arena MRV após meses sem jogos.

Para piorar, a pixotada de Lyanco, aos 10 do segundo tempo, deu a chance para o uruguaio Canobbio abrir o placar para a equipe carioca. De “pecho frío”, termo utilizado pelos argentinos para descrever jogadores ou times pouco “empenhados”, o Galo também passou a ser desorganizado.

Mas o jovem Rubens, dono de ótima temporada, fez um golaço para recolocar os colegas no jogo e trazer a torcida junto. Os gritos de “time sem vergonha” se transformaram em apoio.

Aliás, está aí um atleta que merece um breve parênteses. Não estamos falando do craque dos sonhos dos atleticanos. Assim como boa parte dos seus companheiros, Rubens pode ser considerado um jogador nota 6. Porém, é impossível questionar seu nível de entrega.

A saída de alguns protagonistas aumentou, naturalmente, o nível de importância do jovem dentro do grupo e, claro, a exigência do torcedor. Mas, mesmo não sendo o que muitos esperam, Rubens sempre está lá. Correndo, se dedicando e até fazendo mais gols. Na derrota diante do Deportes Iquique, na última quinta-feira (8), foi dele o primeiro tento atleticano.

Porém, ao contrário da partida da Sul-Americana, o gol de ontem valeu muito. Mesmo quando Serna se aproveitou de ótimo passe de Martinelli para colocar o 2 a 2 no placar e jogar uma ducha de água fria na torcida.

Ainda havia tempo para Hulk cruzar na cabeça de Igor Gomes e fechar o 3 a 2 épico na Arena MRV. Um roteiro exatamente igual ao do espetacular confronto entre os dois times em 2012, quando o Atlético fazia do Horto sua fortaleza.

Mudam-se os atores e o cenário, mas a mentalidade deve ser a mesma. Não a do primeiro tempo, de uma frieza incondizente com a história do clube. Mas a do segundo, quando time e torcida decidiram caminhar juntos. Como sempre estiveram.

Sobre o colunista

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

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