Provedor de hospital diz que Pronto Socorro pode fechar por falta de dinheiro e Prefeitura rebate
Prefeito Gustavo Prandini (de cinza) e Lucien Marques (de terno preto) juntos em inauguração no Hospital Margarida
Uma polêmica que já dura muito tempo em João Monlevade é o relacionamento do Hospital Margarida com a Prefeitura. A novela ganhou um novo capítulo na última segunda-feira, 24 de outubro, quando o provedor da casa de saúde, Lucien Marques, foi até a Câmara de Vereadores pedir a intercessão dos membros do Legislativo quanto aos atrasos do repasse do Executivo para a manutenção do Pronto Socorro. Em resposta, a Administração Municipal afirma que efetua o depósito no valor de R$260 mil, apesar das dificuldades financeiras, e alega que polêmica tem motivação política.
Lucien se reuniu com o presidente da Câmara, Pastor Carlinhos (PV), e com os vereaodres Dorinha Machado (PMDB), Guilherme Nasser (PSDB) e Belmar Diniz (PT). O provedor assegurou que, pelo segundo mês consecutivo, a Prefeitura não cumpriu com o acordo e que isso colocaria em risco o funcionamento do Pronto Socorro do Hospital.
De acordo com o assessor de Comunicação da Prefeitura de João Monlevade, Emerson Duarte, o Executivo teria efetuado o repasse para a unidade de saúde nas seguintes datas: 26 de janeiro, 28 de fevereiro, 30 de março, 02 de maio, 30 de maio, 01 de julho, 29 de julho, 20 de setembro, correspondendo a oito meses. Quanto aos atrasos, ele argumenta que setembro ainda não foi acertado devido ao pagamento dos salários dos servidores públicos municipal, o que deve ocorrer até este final desta semana.
Segundo o assessor, o convênio prevê atrasos e garante a normalização do repasse logo haja disponibilidade de caixa. Em relação ao mês de outubro, Emerson argumenta que ainda não chegou o fim do prazo e, portanto, de acordo ele, não há atraso.
Acusações
Desde o ano passado a polêmica entre o Hospital Margarida e a Prefeitura persiste. Lucien já reclamou, por várias, vezes dos atrasos do repasse e, também muitas vezes, disse que o Pronto Socorro poderia fechar. Na primeira ameaça, o prefeito Gustavo Prandini (PV) foi até uma emissora de rádio e afirmou que iria municipalizar o PS, unindo-o ao Pronto Atendimento. No entanto, Lucien declara que o Executivo Municipal não levou a proposta à diante.
Enquanto o impasse persiste, os vereadores que estiveram presentes à reunião com o provedor do HM, se comprometem a intermediar um diálogo entre as partes. No entanto, alguns legisladores alegam que quando procuram a Prefeitura, têm a resposta de que também há resistência do Margarida em relação a algumas propostas do prefeito. “Infelizmente, nós ficamos no meio de um impasse, porque os dois lados possuem reclamações um do outro. Acredito que tanto um lado, quanto outro deve superar as divergências políticas, para chegar a um acordo”, orienta o vereador Belmar Diniz.
Em comunicado enviado a DeFatoOnline, a prefeitura diz ter compromisso de investir na Saúde e reforça que continuará repassando os recursos que garantem a continuidade do Pronto Socorro. “Infelizmente, o que ocorre é que a situação está tomando contornos político-eleitorais em véspera de ano de eleições municipais em que o provedor do Hospital Margarida é indicado como pré-candidato a prefeito da cidade”, argumenta Emerson.
Por outro lado, Lucien afirma que não tem pretensões políticas e que é Gustavo Prandini que dificulta a relação porque o provedor é apoiador do grupo opositor ao atual chefe do Executivo.