Shoppings vão contratar 140 mil temporários

Pode parecer cedo, mas quem estiver de olho em uma oportunidade para ingresso no mercado de trabalho, deve ficar atento às chances que começam a aparecer já no próximo mês para atuação na data mais comemorada pelo comércio, o Natal. Preferido pela maioria dos consumidores que vão às compras, os shoppings estarão entre os maiores empregadores do período, com a criação de mais de 140 mil vagas temporárias. “A demanda está forte no comércio brasileiro, com a abertura de 14 shoppings somente no 1º semestre, totalizando 725 novas lojas. Acredito que devemos fechar o ano com algo entre 35 e 40 novos empreendimentos no Brasil. Se tudo ocorrer como o previsto, vamos ter um incremento de contratações temporárias em relação ao ano passado”, avalia o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), Luís Augusto Ildefonso da Silva.

Segundo censo realizado pela instituição no fim de 2009, os shoppings do país abrigavam cerca de 94.318 lojas e outros 1.821 estabelecimentos devem se juntar a esse mercado este ano. Apesar do ritmo de contratações se intensificar somente em outubro, especialistas garantem que muitos lojistas devem antecipar a seleção de olho nos profissionais mais qualificados. “As contratações vão ocorrer mais cedo para disputar os melhores trabalhadores disponíveis no mercado. Quem deixar para o final, pode correr o risco de não encontrar a mão de obra desejada”, avalia Fernando Sasso, economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). A previsão da instituição é de que o volume de vagas cresça cerca de 10% em relação ao último Natal, quando foram abertas 7,7 mil oportunidades na capital mineira.

Glaucus Botinha, diretor do Grupo Selpe, empresa especializada em recrutamento, é ainda mais otimista e prevê crescimento de 10% a 15% na demanda por temporários. “Em 2009 vivíamos um momento de recuperação de crise. Este ano é diferente”, avalia. As contratações, que se concentram na segunda quinzena de outubro, devem ser antecipadas em um mês. “As vagas são destinadas principalmente para o comércio, nas áreas de vendas, e no setor de telemarketing”, avalia.

Para Silvânia Araújo, coordenadora do Departamento de Economia da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio), a antecipação dos treinamentos é fundamental para agregar valor ao negócio. “A considerar a economia, o aumento de emprego, massa salarial e crédito, as empresas deverão investir em criar ambiente de negócio propício para as vendas e, para isso, é necessário uma equipe bem preparada”, observa.

Somente com carteira assinada, são previstas mais de 133 mil oportunidades, segundo cálculos preliminares da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem). “O setor de trabalho temporário cresce, em média, 7% ao ano. Se o cenário se mantiver sob as mesmas condições, esse percentual deve ser mantido”, avalia a diretora de comunicação da associação, Jismália Oliveira Alves. No ano passado, foram abertas 125 mil vagas para as vendas de fim de ano, data que gera o maior volume de chances temporárias, seguida do Dia das Mães. Desse total, cerca de 31 mil empregados foram efetivados.

Na indústria

As empresas, principalmente as indústrias, já deram a partida nas contratações para atender a produção das festas de fim de ano. São mais de 800 mil vagas temporárias em todo o país, com salários que podem passar de R$ 2 mil. Em uma fábrica em Varginha, no Sul de Minas, a produção foi acelerada por causa do Dia das Crianças. De olho também no Natal, a empresa abriu, há uma semana, 360 vagas, mas faltam interessados. Em outra, em Três Pontas, na mesma região do estado, restam mais de 20 vagas abertas. Na segunda-feira começaram a trabalhar 72 novos funcionários, mas até dezembro o número de novos empregados efetivos e temporários deve passar de 1 mil, um recorde desde que a empresa foi inaugurada. (Com agências)