MG vai fazer diagnóstico da gripe suína em 48 horas

Minas Gerais vai, em breve, esperar apenas 48 horas, em vez dos 15 dias atuais, pelos resultados dos exames de óbitos e de casos graves com suspeita de contaminação pelo influenza A (H1N1). Daqui a duas semanas, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) vai fazer os testes nos dois casos, que atualmente são feitos no Rio […]

Minas Gerais vai, em breve, esperar apenas 48 horas, em vez dos 15 dias atuais, pelos resultados dos exames de óbitos e de casos graves com suspeita de contaminação pelo influenza A (H1N1). Daqui a duas semanas, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) vai fazer os testes nos dois casos, que atualmente são feitos no Rio de Janeiro, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Além disso, na rede privada, o grupo Hermes Pardini está em negociação para também fazer diagnósticos em seus laboratórios. A novidade vem em boa hora, pois o estado espera, há pelo menos 10 dias, os resultados da investigação de 10 mortes sob suspeita de contaminação. A demora, de acordo com a Fiocruz, que além de Minas faz análises de casos de mais cinco estados, é a alta demanda por resultados.

Dez dias se passaram desde que Minas registrou a primeira morte com suspeita da doença em uma jovem de 27 anos, moradora de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De lá para cá, mais nove pessoas morreram com a suposta de contaminação, totalizando 10 óbitos em investigação no estado. Além de justificar a demora com a grande demanda de exames de mais cinco estados, a Fiocruz informou que a alta procura é a primeira na história da fundação e se defende dizendo que Minas não pediu prioridade nos casos e, por isso, ainda não obteve resultados dos testes.

Mas, de acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Luiz Felipe Caram, o pedido de prioridade foi feito tanto para os casos graves quanto para os óbitos. “Essa espera só resulta em ansiedade e expectativa, mas não esperamos pelos diagnósticos para agir. Esperar não afeta nosso trabalho. É somente questão de estatística”, diz, acrescentando que quando há alguém em estado clínico que inspire cuidados e com suspeita da doença, é tratado como se a gripe suína estivesse confirmada.

Desafio

A promessa de que a Funed fará os exames surgiu no início do mês passado e a expectativa era de que os exames começassem no início deste mês. Mas, conforme antecipou o Estado de Minas na época, o grande desafio da fundação é a importação dos kits para a identificação do vírus. Por se tratar de um exame de alta complexidade, o custo do material é alto. Mas, de acordo com a SES, em 15 dias haverá o suficiente para 3 mil análises. Ainda de acordo com o secretário de Estado de Saúde, Marcus Pestana, além da Funed, a rede de saúde complementar está acertando com o grupo Hermes Pardini para que também faça testes.

Segundo a Fiocruz, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, que antes enviavam as análises para a fundação, no Rio de Janeiro, já estão em processo de descentralização com laboratórios regionais credenciados para fazer os diagnósticos. Por isso, hoje a Fiocruz atende Minas Gerais, Rio, Espírito Santo, Alagoas, Bahia e Sergipe. Além da Fiocruz, os institutos Adolfo Lutz, em São Paulo, e Evandro Chagas, no Paraná, fazem os exames.

Kit educação

A Secretaria de Estado de Educação anunciou na quinta-feira o repasse de R$ 4 milhões para as 4 mil escolas da rede estadual investir em materiais de proteção à gripe suína. De acordo com a secretária Vanessa Guimarães, além dos kits com máscaras, luvas e panfletos informativos sobre a doença, cada escola vai receber uma quantia que varia de R$ 500 a R$ 2mil para comprar material de limpeza, incluindo álcool em gel, para a higiene de alunos e funcionários. O dinheiro será liberado na próxima semana.
 

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