A Cemig está se adequando para sua privatização
A empresa deixou de ser acionista da Light e Renova Energia
Se preparando para uma eventual privatização, a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), estatal mineira de geração e distribuição de energia, está realizando ações que a deixem mais eficiente e rentável. Para tanto, seus executivos tentam convencer o Governo do Estado a agilizar essa agenda na Assembléia Legislativa mineira.
Em reunião pública na segunda-feira (26), com investidores e analistas, o presidente-executivo da empresa, Reinaldo Passanezi, e o presidente do conselho de administração, Márcio Utsch, foram enfáticos na defesa da mobilização imediata do governo mineiro em agendar essa pauta na assembleia estadual para sua aprovação.
Para Utsch, os desinvestimentos de participações minoritárias em empresas com Light e Renova (ações estratégicas) permitiram reduzir as agendas dos administradores da Cemig, possibilitando maior tempo concentrados na eventual privatização.
“Fomos limpando essas pautas e a nossa cabeça se voltou mais para a gente tentar focar mais em Minas, sair de ativos de baixa rentabilidade e até mesmo negativa. Isso nos permitiu voltar mais a atenção para o processo de privatização”.
A Cemig era a maior acionista da distribuidora de energia Ligth, que agora passou a ser uma empresa de capital pulverizado. A saída da estatal mineira foi anunciada ao mercado em janeiro de 2021.
Nessa transação, a estatal mineira embolsou R$ 1.37 bilhão. Em novembro de 2021, a Cemig deixou a sua participação acionária na Renova Energia, embolsando R$ 60 milhões.
Questionado sobre o tempo em que essa agenda junto à Assembleia poderia ser pautada e sua aprovação, Utsch preferiu não arriscar. Já Reinaldo Passanezi, CEO da empresa, afirmou que, privatizada, a Cemig se livraria das amarras de gestão típicas de estatais.
“O plano seguiria a privatização da federal Eletrobras, privatizada no governo Bolsonaro e tem semelhanças com a intenção da gestão da Copel, que quer se tornar uma empresa com capital pulverizado, sem controle do estado do Paraná”.
O governador Romeu Zema (Novo) tem anunciado sua intenção na privatização da Cemig desde mandato passado, mas o projeto não caminha como ele queria dentro do legislativo mineiro.