“A discussão do legado da mineração tem que sair de Itabira e ir para o País”, diz Marco Lage sobre presidência da AMIG
Prefeito de Itabira vem manifestando a sua intenção de concorrer à presidência da instituição que representa as cidades mineradoras brasileiras
Com 45 cidades membros, a Associação de Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG) é um dos principais entes de discussão sobre o setor mineral no País. No final de janeiro, a instituição deverá ter as eleições para o seu novo presidente — e um dos candidatos, como já antecipado pelo portal DeFato Online, é o prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), que voltou a falar sobre o interesse de concorrer ao cargo na coletiva de imprensa da última quinta-feira (26), quando anunciou o secretariado municipal para o seu segundo mandato.
“A AMIG é uma instituição importante. Ela passou a ser a Associação dos Municípios Mineradores do Brasil, não apenas de Minas Gerais. É uma entidade que cuida dos temas tributários e fiscais das cidades mineradoras e no relacionamento com as empresas mineradoras. Mas, além desses temas comuns aos municípios, os próprios prefeitos associados à AMIG veem Itabira como uma oportunidade exatamente por conta da realidade que vivemos: da necessidade de diversificação econômica diante da exaustão mineral”, pontua Marco Antônio Lage.
Segundo o prefeito itabirano, os desafios impostos diante do fim da extração do minério de ferro é uma situação pela qual todas as cidades mineradoras irão passar, então é uma pauta que precisa estar na mesa tanto desses municípios quanto do Ministério de Minas e Energia. Ele também destaca a necessidade de um debate mais amplo sobre o sucateamento da Agência Nacional de Mineração (ANM). “Não existe fiscalização nas cidades mineradoras, mas, principalmente, nós temos um tema que é comum a todas as cidades mineradoras, mesmo aquelas que estão começando agora a minerar seu território”, avalia.
“Esse é um drama dos municípios mineradores e nós temos que estender essa discussão para o Brasil inteiro; tem que estar na mesa do presidente da República, tem que estar na mesa do ministro [de Minas e Energia] e dos governadores. E não está, e não está! Estamos acostumados a um modelo de mineração onde o território é minerado até a exaustão, se esvazia e se empobrece. Isso não pode ser normal mais”, acrescenta Marco Antônio Lage.
Ainda conforme o chefe do Executivo itabirano, a intenção é levar aos associados da AMIG a importância de ter Itabira na presidência da instituição nesse período em que a cidade enfrenta o temor da exaustão mineral. Para ele, a forma com que o município lidar com essa situação — e os resultados que alcançar — pode ser um case de sucesso ou não para as localidades que ainda passarão pela mesma situação.
“Vamos chamar a atenção de Itabira como um case, que pode ser um sucesso, mas pode ser um fracasso. Um case que pode ser um desastre. Guardadas as proporções, pois não é tão dramático como um rompimento de barragem, mas socialmente pode ser um grande desastre ver em uma cidade como Itabira acabar o minério e ela ficar pobre, esvaziada e sem o legado da mineração. Então a discussão desse legado da mineração tem que sair de Itabira e ir para o País”, finaliza Marco Antônio Lage.