“A saúde pública de Itabira é ruim há muitos anos e temos que reestruturar”, afirma Marco Antônio Lage

Após discursar na Tribuna da Câmara Municipal de Itabira, na abertura do ano Legislativo 2022, o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) conversou, rapidamente, com jornalistas. Na ocasião, analisou alguns setores do Município, como a saúde pública e zeladoria urbana — além de tratar de possíveis mudanças em seu secretariado e do prometido corte no número de cargos comissionados no Executivo.

Assim como já havia abordado em seu discurso aos vereadores, Marco Antônio Lage reafirmou o seu respeito à Casa Legislativa e destacou que os parlamentares serão importantes para o seu projeto político para a cidade, já que cerca de 97 propostas do plano de metas da Prefeitura de Itabira terão que ser aprovadas no plenário da Câmara Municipal.

“Eu ressaltei o meu respeito à Casa. Devemos nos respeitar acima de tudo e buscar o equilíbrio para os projetos. Nós temos, em nosso plano de metas pelo menos 97 projetos que passarão por esta Casa. Então nós contamos com um debate sério de ideias e propósitos sobre esses projetos para que a cidade ande e que nós todos possamos entregar ao final do mandato o resultado desse trabalho. A oposição ao prefeito e ao governo é legítima desde que seja às ideias, isso enriquece, inclusive, a própria cidadania. O que não podemos ter é oposição à cidade”, reiterou o prefeito.

Confira a seguir outros pontos abordados por Marco Antônio Lage:

Saúde pública

De acordo com o prefeito, a recente falta de médicos nos postos do Programa de Saúde da Família (PSF) aconteceu porque quando esses profissionais saem de férias ou licença não podem ser substituídos — conforme determina a atual legislação municipal. Dessa forma, as unidades básicas de saúde (UBSs) acabam sofrendo com a falta de pessoal.

Marco Antônio Lage, ainda, destacou que a saúde pública em Itabira é estruturada de maneira errada, com maior investimento na atenção terciária — ou seja, nos hospitais — e menor volume de recursos nas atenções primária e secundária, que são as portas de entrada no sistema. De acordo com ele, a Secretaria Municipal de Saúde já trabalha em uma reestruturação do setor, a começar pelos PSFs.

“A cidade tem 42 médicos contratados e a legislação não permite ter os médicos ‘feristas’. Então temos que trazer um projeto para a Câmara mudando isso. A saúde pública de Itabira é ruim há muitos anos e temos um projeto para reestruturar o modelo da saúde pública. [Atualmente] É um modelo errado que investe mais de 50% nos hospitais e menos de um quarto na saúde primária — e precisamos que seja o inverso, com mais investimento na saúde primária, da família e preventiva. A saúde secundária recebe apenas 6% do orçamento, por isso tem pessoas morrendo de câncer de mama porque não tem mamografia, não tem exames”, avaliou.

Zeladoria urbana

Deficiência na coleta de lixo, mato excessivo em diversas regiões da cidade e ruas esburacadas são reclamações recorrentes da população itabirana. E essas situações não deixaram de serem questionadas ao prefeito Marco Antônio Lage, que destacou a necessidade de melhorar a zeladoria urbana no Município. Ele, inclusive, não descarta a possibilidade de criar uma secretaria especial para cuidar desses serviços.

“A zeladoria urbana da cidade tem que melhorar muito, assim como a pavimentação da cidade. Chove e a cidade vira um celeiro de buracos. Sempre houve remendos e nunca foi estruturada uma pavimentação como deve ser. Isso é antigo em Itabira. Economiza-se na pavimentação e gasta-se muito dinheiro com tapa-buraco. Temos que focar na zeladoria urbana. Até penso em enviar para a Câmara uma proposta de criação de uma Secretaria Especial de Zeladoria Urbana”, destacou.

Secretariado Municipal

Em 2021, foram várias as mudanças no secretariado municipal de Itabira — tanto no remanejamento de profissionais quanto com a nomeação de novas pessoas. E esse processo deve continuar acontecendo em 2022. Segundo o prefeito, qualquer mudança no primeiro escalão levará em conta o desempenho dos secretários, o rendimento das pastas e questões estratégicas do governo.

“Sempre vai haver [mudanças no secretariado]. Eu não tenho compromisso político com ninguém. O secretariado tem que ter entrega, todas as nossas eventuais mudanças é por causa de estratégia para fazer a engrenagem [Prefeitura] rodar melhor. Como este governo não distribuiu secretarias para partido nenhum, podemos mudar a vontade. Tem que fazer funcionar, esse é o nosso princípio”, afirmou.

Cargos comissionados

A redução do número de cargos comissionados na Prefeitura de Itabira é uma das promessas da campanha de Marco Antônio Lage — mas que ainda não foi colocada em prática. O prefeito garantiu que nos próximos meses deverá ser concluído um desenho inicial de uma reforma administrativa no Executivo, outra promessa feita pelo peessedebista. É a partir dessa restruturação do quadro organizacional é que deve partir a redução do quadro de comissionados, contratados e terceirizados.

“O primeiro ano de governo foi para conhecer a máquina e de fazê-la girar. Mas nós estamos trabalhando para, até março ou abril, termos o primeiro desenho da reforma administrativa, que mexe em secretarias e estruturas para que possamos realizar o corte [de cargos comissionados]. Acho que temos realmente exageros e a máquina eficiente pode funcionar e espero alcançar esse objetivo de 30% [de corte] em comissionados, contratados e terceirizados. Acho que a máquina pode funcionar com menos”, assegurou.