A um ano das eleições, articulações partidárias se intensificam em Itabira
Saiba como está a movimentação interna nas principais siglas da política itabirana visando as eleições municipais do ano que vem
A exato um ano das eleições municipais de 2020, a movimentação nos bastidores da política em Itabira já começa a tomar forma. Na esteira das novas regras eleitorais para o ano que vem, que impedem, dentre outras coisas, as coligações partidárias para a disputa proporcional (vereador), as legendas buscam se fortalecer de agora para a frente. No caso de Itabira, movimentações recentes impactaram em pelo menos cinco partidos: PTB, MDB, PSDB, PP, PL e PDT. As eleições municipais ocorrerão daqui a exato um ano, em 4 de outubro de 2020, um domingo, quando cerca de 146 milhões de brasileiros comparecerão às urnas para eleger prefeitos e vereadores em 5.570 municípios do país.
Em Itabira, no lado governista, já existe o consenso de que o prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) disputará a reeleição, ainda que ele próprio não tenha, até o momento, confirmado publicamente a intenção de buscar um novo mandato. Diante disso, o trabalho planejado é o de fortalecimento das legendas que hoje estão mais próximas ao chefe do Executivo.
Como ficam MDB e PP
Uma das articulações em andamento visa fortalecer o MDB, com o ingresso na legenda do vereador Neidson Freitas, líder do governo na Câmara de Itabira. Neidson deixará o PP após 20 anos à frente da sigla em Itabira. A decisão foi motivada por mudanças recentes no comando estadual do PP, que provocaram um efeito cascata no diretório de Itabira. A legenda agora é presidida no município pelo advogado Alfredo Drummond, concursado da Prefeitura e que foi procurador-geral no governo de Damon Lázaro de Sena (PV). A nova composição desagradou o vereador Neidson Freitas, que por quase duas décadas controlou a sigla localmente.
“Compreendo o processo e aceito o processo. Com pesar, mas ciente da realidade. Desejo sucesso às pessoas que estarão à frente do partido”, disse Neidson, quando questionado sobre as mudanças no PP. Ele ainda completou: “A roda da política segue girando. Já estamos trabalhando e estudando com calma uma nova sigla”.
Neidson, contudo, permanecerá no PP até que se abra o período permitido por lei para troca de partido. A filiação de Neidson ao MDB é uma estratégia para fortalecer as legendas que hoje caminham ao lado de Ronaldo Magalhães. Internamente, a avaliação é que o MDB tem no quadro atual somente o vereador Decão da Loteria como puxador de voto. Como as coligações para cargos legislativos estarão proibidas a partir do ano que vem, o plano é dar musculatura à sigla com a filiação de Neidson.
As articulações no PSDB
Essa mesma estratégia é aplicada em outras legendas do núcleo governista. O PSDB, liderado pelo deputado Tito Torres na região, passou por uma profunda reformulação. Nomes da atual administração como os secretários de Auditoria e Controladoria Interna, Fernando Muniz, e o de Educação, José Gonçalves, estão na linha de frente da legenda. Também já está acertado que o vereador Carlinhos Filho, hoje no Podemos, vestirá as cores tucanas no ano que vem. No evento de lançamento do novo momento do PSDB itabirano, o parlamentar já estava sentado à mesa com as lideranças da sigla. Também durante o evento do PSDB, o próprio deputado Tito Torres comentou sobre o projeto de reeleger Ronaldo Magalhães para um novo mandato.
“As eleições do ano que vem já estão aí e precisamos montar uma chapa de vereadores forte. Tenho certeza que o Ronaldo virá para a reeleição e virá forte, com um grupo forte”, declarou o deputado.
O movimento no PTB
Partido do prefeito, o PTB é outro que recebe atenção especial da cúpula política da atual administração. Na Câmara, a legenda tem dois vereadores: Heraldo Noronha, presidente da Casa, e Reginaldo Santos. Apesar de ser considerado da base, Heraldo somente conseguiu chegar à cadeira de presidente do Legislativo depois de compor com a oposição. Já em relação a Reginaldo Santos, é certo que não continuará no PTB, uma vez que assumiu oposição declarada ao governo Ronaldo Magalhães. Nessa situação, a tarefa é aglutinar possíveis candidatos capazes de boa margem de votos. Uma das mudanças já definidas é a filiação do secretário de Governo, Ilton Magalhães, ao partido, deixando desta forma o PL após décadas.
Mudanças no PL
No novo desenho partidário para 2020, assumirá a presidência do PL local o itabirano Marcelo Reis, assessor dos deputados Lincoln e Léo Portela. Também farão parte da diretoria local Tonny Moraes e Yago Vidal Martins da Costa, ambos assessores do vereador André Viana (Podemos), o que já indica uma aproximação entre as legendas. Outro parlamentar que poderá estar neste grupo é Leandro Pascoal (PRB), também ligado aos Portelas.
Marcelo afirma que ainda não há uma definição se André Viana migrará para o PL ou permanecerá no Podemos. Seu nome é cotado para disputar a Prefeitura. Fato é que o Podemos, atual sigla do vereador, sofrerá grande esvaziamento, já que boa parte dos filiados acompanhará Carlinhos Filho para o PSDB. Outra dúvida que paira sobre o Partido Liberal na cidade é a situação do ex-prefeito João Izael, ligado à sigla e frequentemente ventilado para concorrer novamente ao Executivo.
PSB itabirano
Ainda no campo da oposição, outra sigla que se movimenta é o PSB, do ex-vereador e ex-candidato a prefeito Bernardo Mucida. Até então, o advogado, que atualmente é assessor parlamentar e primeiro suplente de deputado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), não se posicionou sobre sua participação no pleito do ano que vem. As tratativas para montagem de chapa têm sido coordenadas em Itabira pelo vereador Weverton Vetão, que desconversa sobre a participação do colega de partido.
“O PSB está se organizando e nós estamos nos atentando a algumas questões legais. Estamos trabalhando para transformar a comissão provisória em um diretório e com um chamado muito forte de pré-candidatos a vereador. O Mucida está participando intensamente na construção deste novo PSB. Ele está muito empolgado, muito empolgado. Na verdade, nós estamos trabalhando para Itabira. O certo é que o PSB terá uma candidatura a prefeito, se Deus quiser. A gente está trabalhando para isso”, afirma Vetão.
PDT na oposição
Uma outra movimentação considerável se deu no campo do PDT, sigla pela qual a vice-prefeita Dalma Barcelos foi eleita e que, recentemente, passou por mudanças em sua direção local. A nova postura do partido, de oposição ao governo Ronaldo Magalhães, foi articulada pelo ex-deputado Nozinho, irmão de Dalma Barcelos.
A mudança na orientação fez com que vários filiados emblemáticos pedetistas, alguns ainda da época do ex-prefeito Olímpio Pires Guerra (Li), deixassem o partido. Até mesmo a vice-prefeita Dalma, irmã de Nozinho, escolheu continuar alinhada ao governo e se desfiliou do PDT. No novo tabuleiro político, a presidência do PDT ficou com Gabriel Quintão, que foi candidato a vereador pelo PTB (partido de Ronaldo Magalhães) e ocupou cargos comissionados na atual administração até romper com a gestão, quando então trocou o PTB pelo PDT.