Ação do deputado Eros Biondini garante investimento de R$15,4 milhões no campus da Unifei Itabira
Eros Biondini esteve em Itabira na última segunda-feira, quando também anunciou a destinação de recursos para o HNSD, e concedeu entrevista ao portal DeFato

O deputado federal e vice-líder do governo Bolsonaro (sem partido) no Congresso — Eros Ferreira Biondini (Pros) — esteve em Itabira, na segunda feira (8). Na oportunidade, ele anunciou a liberação de uma emenda parlamentar de R$ 600 mil para implantação de uma nova UTI no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) e também um investimento de R$ 15, 4 milhões no campus da Universidade Federal de Itajubá (Unfei), em Itabira.
O deputado visitou a rádio Caraça e concedeu entrevista exclusiva à DeFato. Não é a primeira vez que o político desenvolve uma ação na cidade. “Já há muitos anos estou presente em Itabira. A minha presença na cidade é relativamente constante, e a a minha atuação também. Estamos aqui por dois motivos: primeiro para verificarmos a aplicação das emendas que já foram pagas ao Hospital Nossa Senhora das Dores, Fazenda da Esperança e um recurso relevante, que conseguimos junto ao governo de Minas Gerais, que será aplicado no campus da Unifei”, detalhou Biondini.
O vice-líder do governo também analisou a votação em primeiro turno da PEC dos precatórios (foi voto favorável), defendeu a indicação de um jurista “terrivelmente católico” para a próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF) e declarou apoio a Jair Bolsonaro e Romeu Zema (Novo), nas eleições do próximo ano. Confira a entrevista completa:
DeFato: qual o objetivo de sua visita a Itabira, nessa oportunidade? É sua primeira ação parlamentar na cidade?
Eros Ferreira Biondini: já há muitos anos estou presente em Itabira. A minha presença na cidade é relativamente constante, e a aminha atuação também. Estamos aqui por dois motivos: primeiro para verificarmos a aplicação das emendas que já foram pagas ao Hospital Nossa Senhora das Dores, Fazenda da Esperança e um recurso relevante, que conseguimos junto ao governo de Minas Gerais, que será aplicado no campus da Unifei, aqui de Itabira, um montante de 15,4 milhões de reais. Nos últimos anos, tive a oportunidade de destinar 2 milhões de reais em emendas para as áreas da educação e saúde. Também junto com os movimentos católicos sempre atuei em Itabira, nos eventos de evangelização e beneficentes. Então, graças a Deus, em muitas frentes, temos atuado com mais força, agora também em parceria com a Unifei, que é uma instituição renomada e reconhecida. Eu já atuo com essa instituição também em Itajubá.
DeFato: esse valor de R$ 15,4 milhões é bastante relevante. Pelo que entendi, o senhor afirma que esse recurso tem origem no governo do Estado, mas essa instituição (o governo de Minas) não estaria falida?
Eros Biondini: eu reconheço que a gestão atual (governo Zema) está fazendo um esforço enorme, gigantesco, para sanear as dívidas do Estado, e assim, depois de muito meses, o governo está pagando em dia o funcionalismo público. Então, temos que reconhecer todo esse esforço do governador Zema. E, dentro dessas conquistas, de saneamento das dívidas e com a colocação da economia do estado em funcionamento, existe um recurso previsto e publicado para as universidades instaladas em Minas Gerais. São R$ 500 milhões destinados exclusivamente, e no ano vigente, para as instituições de nível superior, que estão em Minas Gerais. O governo reconheceu, a partir de uma insistência nossa, que ela (a Unifei) fazia jus ao que a gente pleiteava, que era algo em torno de R$ 40 milhões para os projetos de laboratórios e aplicações em tecnologia e conhecimento. E esse recurso de R$ 15,4 milhões vem para o campus da Unifei em Itabira.
DeFato: mas, independente de quaisquer circunstâncias, esse recurso de 15,4 milhões está garantido para o campus da Unifei, em Itabira?
Eros Biondini: sim, está garantido. É um recurso que não tem como ser contingenciado e nem anulado. Bem como uma emenda minha, impositiva, no valor de R$ 300 mil, via Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, que também destinei à Unifei, tanto de Itajubá quanto do campus de Itabira, para motivar os nossos jovens a sonharem mais alto, por meio da apresentação dos seus projetos de inovação. Então, o objetivo é promover olimpíadas em várias áreas como matemática, física e outros ramos do conhecimento.
DeFato: o senhor é um dos deputados da base governista, em Brasília, inclusive vice-líder do governo Bolsonaro, no Congresso. A grande polêmica, nesse momento, foi a aprovação da PEC dos precatórios (em primeiro turno), que garante o recurso para a implantação do Programa Auxílio Brasil. Por que o senhor votou favoravelmente a essa proposta?
Eros Biondini: porque eu acho que essa PEC, chamada PEC dos precatórios, deveria chamar PEC dos auxílios, porque é ela que viabilizará o Auxílio Brasil para milhões de brasileiros, além de ser também um recurso para a produção e aquisição de vacinas contra a Covid. Outros auxílios também farão a diferença, nesse momento crítico, em que grande parte das famílias brasileiras está passando dificuldades. Então, eu com a minha consciência de responsabilidade, votei em favor de um auxílio tão fundamental para as famílias brasileiras, nesse momento.
DeFato: mas essa PEC não seria um simples calote governamental? O recurso para a implantação do Auxílio Brasil não poderia ser retirado de outra fonte?
Eros Biondini: não, não vou dar essa denominação (calote). Mas, nós podemos constatar, que sem essa PEC, o Auxílio Brasil seria totalmente inviabilizado para aquelas famílias brasileiras em maior vulnerabilidade. Então, eu votei favorável no primeiro turno e, obviamente, repetirei essa votação no segundo turno.
DeFato: mas ao invés de dar o calote nos precatórios, não seria mais justo o governo criar o Auxílio Brasil, fazendo economia, por meio de cortes na própria carne?
Eros Biondini: na verdade, essa situação dos precatórios vem de governos anteriores, uma dívida com cerca de 20 anos, e nunca se apresentou uma solução para ela. Na avaliação do governo, o pacote dos auxílios foi montado dessa forma e o Ministério da Economia entendeu que era a única maneira de viabilizar o Auxílio Brasil e, que sem ele, grande parte da população brasileira ficará totalmente desassistida.
DeFato: durante a votação em primeiro turno da PEC dos precatórios, o presidente da Câmara (Arthur Lira) foi protagonista de uma atitude polêmica. Numa manobra regimental (ato 212da Mesa- de 3 de novembro de 2021), ele possibilitou a votação remota de parlamenteares que se encontravam ausentes (onze deputados que estavam em missão oficial em Glasgow). A emenda foi aprovada por uma margem pequena, dentro do mínimo necessário. Qual a sua avaliação sobre essa manobra de Artur Lira?
Eros Biondini: primeiro que a votação do PDT e PSB mostra que a própria oposição tem a consciência da responsabilidade social, na votação dessa PEC. E, é claro, que parte da esquerda ou da oposição, que votou contra, torceu para ela passar. Mesmo com o voto contrário, esses deputados (de oposição) torceram para a PEC passar, porque não querem que os mais pobres fiquem desassistidos. Agora, o regimento da casa permite que aqueles (deputados) que se encontram em missão oficial sejam considerados em serviço e, sendo assim, é diferente de alguém que se encontre de licença médica. Na concepção do presidente (Arthur Lira), os deputados que se encontravam em missão oficial são considerados como presentes na sessão.
DeFato: mas a polêmica está no fato de que o presidente da Câmara tomou essa decisão (ato 212 da Mesa) durante a sessão, e não previamente…
Eros Biondini: eu não tenho essa informação de que Arthur Lira tomou essa decisão repentinamente. Eu entendendo que, desde quando assumiu a presidência da Casa (Legislativa), ele já sabia que, em algumas votações importantes, numa época do ano em que muitos parlamentares se encontrassem em missão oficial, ele teria que tomar essa atitude, e não apenas na votação da PEC dos precatórios.
DeFato: mas os próximos capítulos da PEC dos precatórios prometem fortes emoções. Agora mesmo, a ministra Rosa Weber (do STF) acatou uma liminar e cobra explicações sobre o ato 212 da Mesa da Câmara e também sobre a distribuição do chamado orçamento secreto (verbas para emendas parlamentares). Como o senhor ver essa intervenção branca do STF na tramitação da PEC dos precatórios?
Eros Biondini: mas tudo isso faz parte da convivência democrática, é a relação independente e harmônica entre os poderes. E, na minha visão, não existe orçamento secreto porque há transparência, tanto no orçamento do relator, quanto nas emendas impositivas, ou tudo que diz respeito ao orçamento. Então, com todo o respeito, eu não vejo que essa ação da ministra Rosa Weber tenha unanimidade no próprio STF. Mas, como você falou, haverá outros desdobramentos, já que tem um grupo que não quer que outros projetos andem e há, dentro da oposição, aqueles que querem obstruir o tempo todo, para que a atual gestão seja de alguma forma prejudicada ou responsabilizada. Mas isso faz parte do jogo democrático.
DeFato: no próximo ano, haverá eleições para o parlamento, presidência da república e governos dos estados. Qual será o seu posicionamento na corrida presidencial e para o governo de Minas Gerais?
Eros Biondini: eu reconheço o trabalho do governador Zema. Eu sou da base de apoio do Zema, porque acredito no seu propósito. Ele (Zema) é um homem, que além de uma postura proba, além de um conhecimento também administrativo, fez um gesto além: enquanto os funcionários não recebessem (os salários em dia), ele não receberia também. E isso não foi demagogia. Até mesmo aqueles que não apoiam o governador, respeitam. Na esfera federal, eu sou vice-líder do governo Bolsonaro no Congresso Nacional. E, assim, eu me esforço dia e noite para colaborar com o Brasil, nesse governo, para colocar o país no patamar onde ele merece estar, pois temos todas as condições de sermos uma grande potência. E esse sonho nós percebemos na estrutura do governo Bolsonaro. Então, nas próximas eleições, a minha postura será de apoio ao presidente Bolsonaro e apoio ao governador Zema.
DeFato: Percebe-se que o senhor é um católico raiz, um seguidor bem tradicional da doutrina de Roma. E, já que é um apoiador do presidente Bolsonaro, por que não reivindicou a indicação de um ministro terrivelmente católico para o Supremo?
Eros Biondini: Primeiro que nós temos um nome, mas não dentro de uma visão de disputa ou polêmica. Nós respeitamos a indicação de André Mendonça, reconhecemos o seu valor, mas numa outra oportunidade, nós indicaremos, ou sugeriremos, um nome que é quase unanimidade no meio Católico, que é Ives Gandra Martins Filho, um jurista renomado e muito respeitado no Brasil e também pertence a uma tradicional família católica.
DeFato: Vivemos num estado laico, mas dá para perceber que a Bíblia vai acabar substituindo a constituição nos trabalhos da corte…
Eros Biondini: Olha, vou falar aqui como um amante da palavra de Deus. A Bíblia contém todas as respostas e receitas para o êxito de um povo e de uma sociedade, além até mesmo da crença. A Bíblia tem o ensinamento sobre a organização da sociedade, o respeito pelas estruturas sociais e a opção preferencial pelos pobres. Então, não será desmerecimento se a Bíblia for o livro de cabeceira do STF. Mas nós temos a Constituição de 1988, que o STF precisa zelar. Não vejo, de forma nenhuma, problema na indicação de um jurista mais alinhado com princípios e valores cristãos, mesmo porque já houve a indicação de pessoas ligadas a princípios mais socialistas e marxistas. Eu acho que o que está faltando no coração dos homens, que detêm o poder no Brasil, é o amor de Deus, que nos faz olhar para o nosso semelhante com mais respeito.