Adaptação ao novo trabalho não precisa ser tão sofrida para o Cruzeiro
Na noite desta quinta-feira, time correu vários riscos contra um adversário fraco
O Cruzeiro estreou na Copa do Brasil, competição da qual é o maior vencedor, na noite desta quinta-feira (11) e conseguiu passar à segunda fase da disputa. A classificação, no entanto, esteve longe de ser tranquila e deixou os cruzeirenses apreensivos durante boa parte dos 90 minutos.
Jogando em Boa Vista, a Raposa empatou em 1 a 1 com o São Raimundo-RO, placar suficiente para eliminar a equipe roraimense. Apesar de todas as dificuldades, como o gramado, os desfalques e, claro, a adaptação às ideias do novo treinador, o Cruzeiro não precisava sofrer tanto na sua estreia na principal copa nacional.
A equipe teve, na noite de ontem, sua pior atuação sob o comando de Felipe Conceição. O primeiro tempo, especialmente, foi um horror. Muitas ligações diretas, setores distantes, falta de combate, passes errados…tudo isso esteve no cardápio da atuação celeste nos 45 minutos iniciais. O limitado São Raimundo ainda obrigou Fábio a fazer algumas grandes defesas.
Na etapa final, bastaram algumas substituições e uma mudança de atitude para o time melhorar consideravelmente. Tanto que empatou, com um gol de cabeça marcado por Felipe Augusto, um dos que entraram durante o intervalo. Até aqui, 2021 tem seguido esta toada para o cruzeirense. A equipe alterna bons e maus momentos com muita frequência, e ainda não completou uma partida inteira jogando em bom nível.
Contra o Uberlândia, um bom segundo tempo e uma primeira etapa mediana. Contra a Caldense, atuação ruim durante os 90 minutos, e contra a URT o remodelado time de Felipe Conceição viveu seu melhor momento após o primeiro gol do jogo, marcado pelo zagueiro Manoel, ausência na noite de ontem.
Claro que não podemos perder de vista toda a pressão resultante da péssima temporada de 2020. A permanência na Série B pode martelar, até mesmo, na cabeça de jogadores que chegaram à Toca neste ano. Porém, é preciso frieza e tranquilidade para não deixar este clima de apreensão atrapalhar nos novos desafios deste ano.
Ser eliminado ontem, além de ser um vexame, também faria com que o clube sofresse graves consequências financeiras. Tão combalido economicamente, o Cruzeiro vê na Copa do Brasil, a competição mais lucrativa do futebol brasileiro, uma boa fonte de receitas. A ideia não é ser campeão, mas avançar o quanto puder e acumular o maior número de premiações possível.
Com a classificação, a Raposa levou R$ 1,35 milhão para casa, além dos R$ 1,15 milhão já garantidos por jogar a primeira fase do torneio. No total, são R$ 2,5 milhões ganhos até aqui só na primeira fase. Parece pouco, mas no atual cenário cruzeirense, é uma grana valiosa.
Ah, e só para não passar batido: muitos questionam o regulamento da Copa do Brasil nas fases iniciais. Confesso que o considero bem equilibrado, já que o jogo único aumenta as chances de classificação do menor time, que ainda conta com a vantagem de jogar em seu campo.
Claro que com a torcida nos estádios o ambiente seria muito mais favorável ao São Raimundo e outros pequenos, mas ninguém esperava por uma pandemia enquanto estas regras eram criadas.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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