Americanas descobre rombo de R$ 20 bilhões e presidente da empresa renuncia cargo

A empresa emitiu uma nota informando que o rombo de R$ 20 bilhões ainda deve ser apurado internamente

Americanas descobre rombo de R$ 20 bilhões e presidente da empresa renuncia cargo
(Foto: Procon/MS)

A Americanas comunicou nesta quarta-feira (11) que foram detectadas inconsistências em lançamentos contábeis estimadas em R$ 20 bilhões, em análise preliminar, com data-base de 30 de setembro de 2022. Diante da divulgação desse número, o diretor- presidente Sergio Rial e o diretor de Relações com Investidores André Covre, que tomaram posse no dia 2 de janeiro deste ano, decidiram não permanecer na companhia e renunciaram.

A empresa emitiu uma nota informando que o rombo de R$ 20 bilhões ainda deve ser apurado internamente. “Neste momento, não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia”, diz a Americanas.

Ainda segundo o comunicado, seriam lançamentos contáveis redutores da conta de fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o ano de 2022. “A Companhia estima que o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial”, informou.

Inconsistências

A Americanas informou que a área contábil identificou a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem de R$ 20 bilhões, nas quais a empresa é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras de 30 de setembro do ano passado.

Quem assume

O Conselho de Administração nomeou interinamente para diretor-presidente e diretor de Relações com Investidores, João Guerra. Segundo a Americanas, o executivo “tem ampla trajetória na companhia nas áreas de tecnologia e recursos humanos, e não envolvido anteriormente na gestão contábil ou financeira.”

O Conselho de Administração também decidiu criar um comitê independente para apurar as circunstâncias que ocasionaram as referidas inconsistências contábeis que, segundou a Americanas, “terá os poderes necessários para a condução de seus trabalhos”.