Americanos temem recessão e cortam gastos em meio a dificuldades financeiras

A redução do consumo aliada às dificuldades inflacionárias pode aumentar a possibilidade de uma recessão num futuro muito próximo

Americanos temem recessão e cortam gastos em meio a dificuldades financeiras
Foto: @freepik/Freepik

Americanos apertam os cintos e cortam gastos em meio ao temor de uma recessão em seu país, segundo reportagem do portal Newsweek.

A estimativa é de economistas e instituições financeiras que estão alertando para a volatilidade do mercado relacionada a tarifas e o declínio na confiança do consumidor, cujos gastos representam mais de dois terços do PIB dos EUA que, segundo o Newsweek, a redução do consumo aliada às dificuldades inflacionárias podem “aumentar a possibilidade de uma recessão num futuro muito próximo”.

Conforme recente relatório do Bureau of Economic Analysis, os gastos do consumidor caíram 0,2 em janeiro, tendo aumentado 0,8 em dezembro. Isso marcou o primeiro declínio mensal desde março de 2023 e a maior redução nos gastos ajustados pela inflação em quase quatro anos.

Também em janeiro houve um forte queda nos gastos discricionários em produtos como roupas e calçados (queda de 4,7%), bem como veículos automotores e peças (queda de 41,1%), segundo a Newsweek.

Grandes empresas já vêm sentindo a queda. Doug McMillon, CEO do Walmart, disse em evento que os “clientes pressionados pelo orçamento” estão cortando suas compras, exibindo “comportamentos estressados,” como comprar pacotes menores porque o “dinheiro acaba antes do mês terminar”.

O Wall Street Journal, citando dados de transações de cartão de crédito do Citi, relata que gastos com roupas e calçados esportivos, como exemplo, caíram 12% e 22%, respectivamente, em comparação a 2024.

Davida Rosenberg, presidente da empresa de pesquisas financeiras, disse à Newsweek: 

“A incerteza faz com que consumidores e empresas se tornem mais cautelosos sobre seus planos de gastos. As ações tarifárias por si só serão atendidas primeiro com uma contração nas rendas reais, o que se traduzirá em declínio nos gastos do consumidor, que representam quase 70% do PIB. As demissões no serviço público federal e os impactos multiplicadores dessa redução representam uma restrição adicional à economia daqui para frente”.

O pesquisador sênior em estudos econômicos, David Wessel, disse: 

“Toda a incerteza sobre tarifas e caos em Washington levará muitos consumidores e empresas a adiar gastos, em carros novos, em reformas residenciais, em grandes investimentos de capital, em contratações. E se todos recuarem ao mesmo tempo, teremos uma recessão. A confiança é mais fácil de destruir do que reconstruir. Esse é o grande risco agora”.

* Fonte: GGN/Newsweek