Após críticas do prefeito de Itabira, HNSD apresenta balanço positivo com mais de 95 mil atendimentos em 2022

O Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) realizou, na última segunda-feira (10), uma assembleia para apresentar o relatório de atividades desenvolvidas em 2022. Os dados foram mostrados aos membros da Irmandade Nossa Senhora das Dores (INSD), mantenedora da instituição. Os resultados obtidos pelo centro médico, com alto índice de atendimentos e procedimentos ao longo do ano passado, contrapõem falas recentes do prefeito Marco Antônio Lage (PSB), que criticou a gestão do hospital.

Atualmente, o HNSD presta atendimentos em média e alta complexidade. Possui 177 leitos, sendo 106 destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e outros 71 leitos para a saúde suplementar (convênios médicos e atendimentos particulares). A instituição ainda conta com 1.200 colaboradores e um corpo clínico formado por mais de 200 médicos.

Entre os principais números apresentados pelo HNSD, destacam-se: 96.555 atendimentos em 2022, com uma média de 269 pacientes por dia, além de 10.573 cirurgias ao longo do ano, sendo média diária de 35 procedimentos. Somente no Pronto Atendimento (PA), estrutura dedicada à saúde suplementar, foram 56.938 atendimentos: 37.327 de clínicas médicas, 9.124 em ortopedia, 7.952 em pediatria, 1.458 cirurgias e 1.077 em outras especialidades. Uma média de 4.745 pacientes por mês e 158 por dia.

O presidente da Irmandade, o bispo Dom Marco Aurélio Gubiotti, elogiou os resultados apresentados pelo HNSD e reforçou a busca pelo crescimento da instituição e melhoria contínua da assistência.“Há uma expectativa muito boa [para o HNSD], pois foi apresentado um relatório com belíssimo resultado, mas sem deixar de lado os desafios que ainda precisamos superar. Não estamos acomodados. Queremos seguir crescendo, pois cada número representa pessoas assistidas e vidas salvas”, afirmou.

O relatório também demonstrou que o HNSD tem investido na ampliação dos seus serviços de hemodiálise, de oncologia e de cardiologia consolidando. O setor de hemodiálise atende, em média, 235 pacientes renais crônicos por mês. Em 2022, passou por reforma e ampliação e registrou um total de 33.237 sessões de diálise, o que representa uma média mensal de 2.769 sessões.

Já a oncologia, que começou a funcionar em 2017, saltou de 747 consultas realizadas em seu primeiro ano para 5.886 em 2022. É responsável por 6.648 sessões de quimioterapia, 2.883 exames de imagem e 503 cirurgias. O aumento expressivo da demanda levou à expansão do serviço que, em breve, atenderá também os pacientes de radioterapia — um investimento de quase R$ 20 milhões que está sendo executado com verbas do governo federal.

O HNSD também tem investido no setor de cardiologia. O serviço de hemodinâmica, que antes era terceirizado, em 2023 passou a ser oferecido pela instituição e realizado por equipe própria.

Segundo o provedor, Márcio Labruna, “depois de vencer a pandemia, o hospital vem caminhando muito bem”. Destacou, ainda, que “salvar vidas e levar conforto a todos os enfermos que nos procuram têm sido nosso objetivo maior”. O provedor elogiou a equipe e agradeceu o empenho de todos.

O diretor executivo, Alexandre Coelho, frisou a importância da gestão responsável para os resultados apresentados. “A evolução dos serviços e melhoria dos processos no HNSD são resultado do trabalho realizado em equipe e da vontade da Mesa Administrativa em proporcionar assistência de qualidade para Itabira e região, por isso o investimento em tecnologia e inovação continua sendo meta para 2023”.

HNSD investe em inovação

Com o objetivo de otimizar os seus processos e deixar a gestão hospitalar mais eficiente, o HNSD tem utilizado soluções inovadoras e tecnológicas em sua rotina. O ano de 2022 foi de avanços nesse aspecto.

O hospital firmou parcerias com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) — campus Itabira — e com o Senac, o que envolveu mais de 100 estudantes no desenvolvimento de soluções para a instituição, com mais de 50 ideias e propostas apresentadas.

Outra iniciativa foi um trabalho junto às lideranças profissionais da instituição, com o envolvimento de 43 colaboradores, que propuseram dez iniciativas, com duas delas já implantadas.

Além disso, o HNSD recorreu a sistemas de monitoramento e acompanhamento de seus processos, resultando em melhorias no faturamento de contas, na gestão de estoque, na agilidade de atendimento e de comunicação com as operadoras de plano de saúde. Também conseguiu reduzir o tempo de entrega de resultados de exames. Hoje, no HNSD, esse período de espera é de até 2 horas, já no Pronto-Socorro é de 1h49.

Welisson Reis, gerente de Processos, explica que “toda essa gestão de processo na instituição é uma melhora de qualidade em tempo de espera para o paciente, na chegada, e uma melhora na qualidade do atendimento”. Sob essa perspectiva, o atendimento ao paciente torna-se mais rápido e melhor.

Conheça os números do Samu e Pronto-Socorro

O Hospital Nossa Senhora das Dores também administra o Pronto-Socorro Municipal de Itabira (PSMI) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), conforme convênio firmado com a Prefeitura de Itabira, que é responsável por essas estruturas de urgência e emergência do município. Sobre essas unidades, o relatório apresentou alguns números que merecem destaque.

No ano passado, o Samu recebeu 25.998 ligações em sua central — com 9.253 chamados — que resultaram em atendimento com envio de ambulâncias, com uma média de 26 casos diários. Já o PSMI realizou 81.093 atendimentos em 2022, tendo uma média mensal de 6.758 consultas e procedimentos. Por dia, foram 225 pacientes recebidos, também em média. Ainda conforme o relatório, o Pronto-Socorro realizou 59.293 atendimentos de clínica médica, 8.924 de pediatria, 7.067 em ortopedia e 5.809 cirurgias.

Críticas ao HNSD

Em entrevista publicada na segunda-feira (3) pelo portal Notícia Seca, do jornalista José Sana, Marco Antônio Lage fez duras críticas à administração do HNSD — capitaneada pelo provedor Márcio Antônio Labruna. De acordo com o prefeito, “o PA do Pronto-Socorro, várias ocorrências estão acontecendo lá. Ainda ontem [2] tive de atender pacientes da Unimed com problemas de pulmão em situação completamente inóspita dentro do Pronto Atendimento da Unimed no Hospital Nossa Senhora das Dores. Ali nós temos um problemas de gestão muito grave”.

“Nós vamos fazer uma grande reformulação no Pronto-Socorro agora e ainda assim os problemas do Hospital Nossa Senhora das Dores vão continuar. Nem sempre os problemas são públicos”, continuou Marco Antônio Lage.

Apesar de reconhecer que a falta de pediatras no mercado é um problema nacional e afirmar que a Prefeitura de Itabira fará investimentos no hospital, o prefeito seguiu criticando a instituição itabirana. “Na próxima semana, até sexta-feira, fica pronto o diagnóstico completo da gestão do Hospital Nossa Senhora das Dores. Eu vou ter uma reunião com o bispo e mostrar para ele que, infelizmente, a partir de agora nós vamos precisar divulgar isso para a população, porque a má gestão do Hospital Nossa Senhora das Dores tem atingido e impactado a Prefeitura e a população acha que a Prefeitura é que é responsável”, disse.

“O hospital não é municipal. O hospital municipal, apesar de caro, que é um contrato antigo, vai muito bem obrigado, que é o Carlos Chagas. O Hospital Nossa Senhora das Dores tem uma gestão que, infelizmente, pelos resultados da própria GRS, a Gerência Regional de Saúde, do Governo do Estado, vai muito mal”, acrescentou Marco Antônio Lage.