Após denúncias contra vereadores, Luiz Carlos entrega ofício à Câmara, mas sem apresentar provas; caso será analisado por comissão especial
Ele afirmou que colegas do Legislativo teriam contratado prostitutas durante uma viagem a Brasília, além de outras denúncias

O presidente da Câmara Municipal de Itabira, vereador Carlos Henrique Silva Filho “Carlin Filho” (Solidariedade), confirmou que o vereador Luiz Carlos de Souza “de Ipoema” (MDB) entregou, dentro do prazo estabelecido, um ofício em resposta às cobranças por provas sobre as denúncias feitas por ele contra seus colegas parlamentares. No entanto, segundo informações iniciais, o documento é superficial e não foi acompanhado de qualquer comprovação das acusações.
Carlin Filho explicou que o ofício será encaminhado para a comissão especial do Legislativo — que abarca todas as comissões, incluindo a de ética — e será iniciada a análise formal do caso. “Agora a comissão abre esse processo e, com isso, ele tem os prazos para ampla defesa, do contraditório. Caso ele não consiga comprovar, aí abre essas condições de punibilidade”.
Há expectativa de que o ofício apresentado por Luiz Carlos seja lido na reunião ordinária da Câmara de Itabira da próxima terça-feira (13).
A comissão especial temporária, responsável por conduzir o processo de apuração, é formada pelos vereadores Dulce Citi Oliveira (PDT), que é a presidente; Júber Madeira Gomers (PRD), relator; e Elias dos Reis de Lima (PMN), vogal. Caso as denúncias sejam consideradas infundadas, a Comissão de Ética poderá aplicar sanções previstas no regimento interno da Câmara, como censura, suspensão temporária do mandato por até 30 dias ou até mesmo a perda do cargo por quebra de decoro parlamentar.
Outro lado
O portal DeFato Online tentou contato com o vereador Luiz Carlos de Ipoema nesta segunda-feira (12) tanto por ligação quanto por app de mensagem, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto caso o parlamentar queira se pronunciar.
Relembre o caso
Na reunião ordinária do dia 15 de abril, a Câmara Municipal de Itabira determinou o prazo de 20 dias para que o vereador Luiz Carlos apresentasse provas das denúncias feitas contra o ex-presidente da Casa, Heraldo Noronha (Republicanos), e os demais parlamentares. As acusações envolvem alegações de “graves e inaceitáveis desvios”, “farra indecorosa com diárias”, “gastos excessivos com passagens aéreas e hospedagens” e “irregularidades orçamentárias” durante o período em que Heraldo presidiu o Legislativo, em 2024.
Em entrevista à imprensa, Luiz Carlos também afirmou que colegas de Câmara teriam contratado prostitutas durante uma viagem a Brasília. Questionado sobre a existência de provas, o vereador declarou que não estava formalizando uma denúncia, mas apenas “falando o que viu”.
Na ocasião, Carlin Filho foi categórico ao cobrar responsabilidade: “A gente nunca viu tal prática, mas se está acontecendo, temos que apurar através de provas, provas testemunhais, foto, vídeo… Falar por falar, fica uma palavra do dito pelo não dito”.
A partir de agora, caberá à comissão especial avaliar a conduta do vereador Luiz Carlos e decidir se há elementos suficientes para dar prosseguimento ao processo disciplinar.