Após negociações, PRF consegue desbloquear pontos de rodovias fechadas por bolsonaristas
Apesar de ordem do STF, manifestantes ainda bloqueiam estradas pelo Brasil
Após os resultados da disputa presidencial de 2022, diversas manifestações contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva surgiram em todo o Brasil. Apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro, bloquearam rodovias ao longo de todo o país em protesto contra a vitória de Lula na decisão das eleições, alguns deles pedindo por intervenção militar. Contudo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) pontuou ter reforçado seu efetivo policial e destacou que vem trabalhando pelo desbloqueio das estradas.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a liberação das rodovias federais. Na decisão, Moraes ordenou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e às polícias militares que “tomem todas as medidas necessárias e suficientes” para a “imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido”.
Ele atendeu o pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que alegou, inclusive, risco de desabastecimento em algumas cadeias industriais. As ordens do juiz permitiram que os policiais militares identifiquem os caminhões usados para bloqueios, obstruções e/ou interrupções em causa; façam a aplicação de multa horária de R$ 100 mil para cada um dos donos desses veículos; e prendam em flagrante delito aqueles que estiverem praticando crimes.
Após negociações, a PRF conseguiu liberar interdições na BR-381 em Igarapé e Betim. Além disso, no começo da manhã os agentes da PRF estavam limpando a pista no sentido São Paulo para que os carros pudessem passar. Contudo, manifestantes seguem às margens da estrada.
Cerca de 80 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda estão impedindo a completa liberação da rodovia Fernão Dias, na altura da Refinaria Gabriel Passos (Regap). Duas faixas foram liberadas por volta de 7h30 da manhã, e a terceira pista ainda segue interditada. Mais cedo, algumas pessoas se deitaram na rodovia para impedir a limpeza de pneus queimados.
A PRF tem sido pressionada a agir e coibir as manifestações, especialmente porque há risco de desabastecimento nos supermercados, farmácias e postos de combustíveis, o que pode provocar hiperinflação e graves consequências na economia brasileira.
Outros impactos de toda essa confusão seriam: perecimento de cargas que podem interromper a produção de vacina e medicamentos; impedimento de acesso da população a hospitais e centros de saúde, aeroportos e portos; interrupção da produção de combustíveis; desperdício de alimentos e insumos perecíveis, entre outros.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, se posicionou dizendo ser necessário cumprir a lei e assegurar o direito constitucional de ir a vir à população. Confira:
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O presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, garantiu que houve “zero divergência” na auditoria das urnas ainda no domingo (30). Na manhã de hoje, postou que os manifestantes serão severamente punidos:
“Vivandeiras alvoroçadas tentam fabricar artificialmente clima de insurreição num país cujo povo trabalhador e ordeiro deseja paz. Serão severamente processados, responsabilizados civilmente e presos. De tão poucos, mal encherão um pavilhão de presídio federal”, diz o post.
Apesar da desordem, 288 pontos já foram desbloqueados e 185 pontos ainda precisam ser liberados. Confira:
?Ocorrências em rodovias federais no Brasil.
?️Total de manifestações desfeitas: 288 pic.twitter.com/3kW9gwNbgn
— PRF Brasil (@PRFBrasil) November 1, 2022