Associados aprovam alteração de estatuto para venda de 90% da SAF do Valério; clube já tem possível comprador
O possível investidor da SAF é um brasileiro residente nos Estados Unidos, que esteve/está envolvido com SAF’s em outros clubes
Sócios e conselheiros do Valeriodoce Esporte Clube aprovaram, em uma assembleia geral extraordinária realizada nesta quinta-feira (22), no Ginásio 1 do Complexo Poliesportivo Israel Pinheiro, em Itabira, a alteração do estatuto do clube para que seja possível vender 90% da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do clube a um possível comprador.
Na assembleia, o presidente João Mário de Brito afirmou que já existem tratativas para a chegada de um investidor disposto a assumir o controle do futebol do clube itabirano. No entanto, o dirigente não divulgou o nome do interessado, se limitando a dizer que o possível dono é um brasileiro residente (e proprietário de negócios) nos Estados Unidos, que esteve/está envolvido com SAF’s em outros clubes.
Dois nomes sondados pela reportagem já foram negados pelo clube: o empresário Renato Valentin, CEO e presidente do Boston City de Manhuaçu, e Vinícius Diniz, ex-proprietário do Itabirito e do Athletic Club. 20 dias atrás, Vinicius Diniz negou à DeFato que estaria envolvido na compra da SAF do Valério. Na semana passada, inclusive, Vinícius e outros empresários mineiros assinaram uma proposta vinculante de cerca de R$1 bilhão para a compra do Santa Cruz Futebol Clube, de Pernambuco.
Clube recebeu proposta “ridícula”
De acordo com João Mário de Brito, no momento não é possível mencionar os valores relacionados à venda da SAF, pois o processo de “valuation” exige uma série de etapas e avaliações. Nas expectativas mais positivas, todo o processo burocrático para discussão e finalização da venda pode demorar pelo menos quatro meses – após a assinatura da proposta vinculante. Ou seja, a participação do clube no Módulo II de 2025 ocorrerá através de patrocinadores, repasses da Prefeitura de Itabira e recursos do clube associativo.
Ainda segundo o presidente valeriano, a dívida do clube (entre processos fiscais, trabalhistas e afins) está estimada em pelo menos R$6,3 milhões de reais.
“Outro detalhe é a questão: “O Valério tem um valor histórico muito grande”. Ninguém compra valor histórico. Então nós vamos ter dificuldades. Mas se a gente quiser salvar o Valério, é aproveitar a oportunidade [da venda da SAF]. Não sendo lesiva para o clube, ela tem que vir”, disse.
Questionado pela DeFato sobre tratativas que não avançaram, o dirigente revelou que recebeu uma proposta feita por itabiranos que ele classificou como “ridícula”. “Queriam assumir o Valeriodoce e, naquela ocasião, dariam R$60 mil ao clube para “pagar uma continha” que o Valério tem por aí. Assumiriam o Ginásio 2 para fazer eventos e depois, se o clube fosse vendido, 50% seria para o Valério. Naquela data [se a proposta fosse aceita], eu estaria praticando uma gestão muito temerária. Eu estaria dando metade do Valério para um possível investidor”.
“Esse tipo de coisa aparece e o Valério jamais vai topar. Se o Valério não tiver quem pelo menos pague a sua dívida, não tem conversa”, finalizou.