Assustador: estudo confirma coronavírus no Brasil antes de 1º caso na China
Pesquisa publicada em revista científica, feita por universidades espanhola e brasileira, comprovam a detecção do coronavírus em novembro de 2019, em Florianópolis
A Universidad de Burgos, na Espanha, e da Universidade Federal de Santa Catarina, coordenaram um estudo que pode mudar tudo o que se sabe sobre o início da pandemia do novo coronavírus. Pesquisadores das duas universidades provaram que a presença do SARS-CoV-2, o novo coronavírus, que provoca a Covid-19, em águas residuais do Brasil, ainda em novembro de 2019.
A instituição espanhola, que encabeçou o estudo, informou nessa terça-feira (9) que a pesquisa foi publicada pela revista “Ciência do Ambiente Total”. Ela analisou, especificamente, a presença do patógeno em águas residuais em Florianópolis. Todos os resultados da pesquisa indicavam que o SARS-CoV-2, provavelmente, circulava sem ser detectado no Brasil desde aquela época.
Isso quer dizer que o vírus já circulava no Brasil dois meses antes da notificação do primeiro caso na América do Sul, em 21 de janeiro de 2020; e um mês antes da origem dos primeiros positivos em Wuhan, na China. No estudo foram analisadas águas residuais humanas de Florianópolis, recolhidas diretamente da rede de esgoto, para detecção de novo coronavírus, durante o período de outubro de 2019 e março de 2020.
O patógeno foi detectado em diferentes teste de RT-PCR, recomendados para centros de controle de doenças dos Estados Unidos e Europa. Todos os resultados positivos foram confirmados, posteriormente, por laboratórios independentes. Para reforçar a veracidade das imagens, foi feito um estudo de sequenciação direta e completa das águas residuais.
Além disso, três análises posteriores, feitas em dezembro de 2019 e fevereiro e março de 2020, deram positivo em todos os testes RT-PCR, inclusive com um forte aumento nas colhidas no início de março do ano passado.
Esta é a primeira detecção da presença do RNA do vírus SARS-CoV-2 no continente americano, e indica a circulação dele 56 dias antes da primeira notificação oficial de um caso clínico de Covid-19 no continente e mais de 90 dias antes do primeiro positivo no Brasil. Os resultados também demonstraram que a carga viral do novo coronavírus se manteve constante de novembro de 2019 até março de 2020, para em seguida sofrer aumento que coincidiu com o início dos casos em Santa Catarina.