Atividade econômica da Argentina cai 3,1% em dezembro de 2023

A contração se deve às medidas de austeridade do governo Milei e representa a maior queda desde o pico da pandemia de covid-19 em abril de 2020

Atividade econômica da Argentina cai 3,1% em dezembro de 2023
Foto: Arquivo/DeFato

Após a posse de Javier Milei como presidente da Argentina, a 10 de dezembro de 2023, a atividade econômica do país caiu 3,1% em comparação com o mês anterior. A queda anual, de dezembro de 2022 a dezembro de 2023 foi de 4,5%. Os dados foram divulgados na última quinta-feira (22), pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina).

A contração se deve às medidas de austeridade do governo Milei e representa a maior queda desde o pico da pandemia de covid-19 em abril de 2020. Na comparação com dezembro de 2022, a redução da atividade econômica foi de 4,5%, impulsionada por perdas nos setores financeiro (-12,2%), da indústria da transformação (-11,9%) e do comércio (-8,5%). A agricultura, a pecuária, a caça e a silvicultura, além da exploração mineral subiram 8,1% e 6,2%, respectivamente.

Desde sua posse, Milei demitiu cerca de 5 mil funcionários públicos (jornais argentinos falam em 7 mil demissões) e a contração é resultado das medidas de austeridade do presidente, representando a maior queda desde o pico da pandemia de covid-19, em abril de 2020.

Quando assumiu a presidência da Argentina, o país atingia uma inflação de 142% ao ano e a peerda do poder de compra dos argentinos levou o país a ter cerca de 40,1% da população em situação de pobreza, sendo que no segundo semestre de 2023, havia 11,8 milhões de pessoas que não tinham dinheiro suficiente para custear as próprias despesas.

A dívida bruta do país foi de 88,4% do PIB no segundo trimestre de 2023, sendo que 57 pontos percentuais é em moeda estrangeira e 31,2 p.p é em moeda doméstica. O baixo estoque das reservas internacionais agrava ainda mais a situação. Há mais de quatro anos e meio (9 de abril de 2019), era de US$ 77,5 bilhões , caindo para US$ 21,2 bilhões em novembro de 2023. Mais da metade da dívida da Argentina é em moeda estrangeira.