O Atlético irá “cruzeirar”?
Galo segue pensando alto, mas a realidade financeira é complicada
De décadas com equipes sofríveis, o Atlético passou a ser protagonista no futebol brasileiro. Desde 2012, especificamente. O ano seguinte ao maior vexame recente do clube, o 6 a 1, terminou com um vice-campeonato brasileiro e, consequentemente, uma classificação à Libertadores, que seria vencida de maneira heróica em 2013. Assista a todos os jogos dos times mineiros nos canais SporTV.
Em 2021, a cereja do bolo: uma tríplice coroa, com direito ao título brasileiro que não vinha há 50 anos. Dois anos depois, o Galo segue sendo tratado como um dos times mais fortes do país. Mas a realidade financeira é preocupante.
Após um 2022 muito ruim, com péssimas decisões no departamento de futebol, as dívidas seguiram aumentando, mas sem premiações em títulos para amenizar a situação. O resultado? Até ontem (11), o clube alvinegro estava impossibilitado de registrar seus reforços por conta de um transfer ban, oriundo de uma dívida com o Sevilla pela contratação de Guilherme Arana. Também havia o débito do Galo com o River Plate, que só foi resolvido porque o clube argentino pagou pelo retorno do seu ídolo.
Clubes vencedores vivendo dramas financeiros não chegam a ser uma novidade no Brasil. Como um exemplo recente, podemos citar o próprio rival do Atlético, o Cruzeiro.
As conquistas da Copa do Brasil em 2017 e 2018 custaram caro à Raposa. Foram anos de gastos irresponsáveis e atividades mais do que suspeitas, tudo camuflado pelo desempenho vitorioso dentro de campo. Mas uma hora a realidade bateu à porta e o resto é história. Triste história.
O Atlético teve o “privilégio” de acompanhar o exemplo logo ao lado. Irá repetir os mesmos erros do rival? É tão difícil se manter competitivo sem gastar mundos e fundos? Ainda há tempo de ajustar a rota, ou o atleticano pode se preparar para ver o time do coração “cruzeirar”.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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