Ato pró-anistia na avenida Paulista tem avaliações divergentes de oposição e governistas

Durante o evento, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder na Câmara, disse que as presenças de governadores de diferentes partidos vão ajudar a pressionar mais parlamentares

Ato pró-anistia na avenida Paulista tem avaliações divergentes de oposição e governistas
Foto: Reprodução/Redes sociais

A manifestação promovida pelo pastor Silas Malafaia, ocorrida na manhã de domingo (6) na avenida Paulista, em São Paulo, teve avaliação positiva pelos políticos de direita presentes ao evento, que acreditam ser crucial para pressionar o Congresso na tramitação do projeto de anistia dos presos e envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

A base governista discorda e diz que a proposta perdeu força.

Durante o evento, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder na Câmara, disse contar com 165 assinaturas e que as presenças de governadores de diferentes partidos vão ajudar a pressionar mais parlamentares.

Sóstenes precisa conseguir 257 assinaturas para apresentar o pedido de regime de urgência na tramitação do projeto, que poderá ser incluída na ordem do dia e votada a qualquer momento.

“Amanhã nós vamos publicar o nome e a foto deles para vocês agradecerem a esses deputados. E vamos divulgar também o nome e a foto de quem ainda está indeciso. Até quarta-feira, presidente Bolsonaro, nós vamos ter, com a ajuda do Caiado, Jorginho Mello, do Tarcísio, do Wilson Lima e de todos os governadores que estão aqui, teremos sim as 257 assinaturas, se Deus quiser. E aí será pautado, querendo ou não na Câmara dos Deputados”.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), único a discursar no ato, classificou o evento como bem prestigiado e um “movimento interessante que pode dar um impulso e sensibilizar parlamentares que ainda estão na dúvida de assinar o requerimento de urgência do projeto”.

“A união de governadores e parlamentares de direita mostra força e que há uma convergência na pauta. E acho que se engana quem pensa que a direita está fragmentada ou desunida porque os interesses individuais vão prevalecer, mas não vão…Saio com a sensação de que o ato vai sensibilizar  os parlamentares para que a anistia possa ser pautada”.

Perguntado sob a pressão a seu colega de partida (Hugo Motta), Tarcísio respondeu: “Tudo  tem que ser construído e conversado. De certa forma é um tema que traz sensibilidade e, se a gente teve a anistia, então não é uma novidade na nossa história, é um elemento de pacificação”.

O senador Sergio Moro (União Brasil), presente ao evento, disse ao UOL que o ato “irá impulsionar o projeto da anistia para os manifestantes do 8/1 ou a revisão de penas que o próprio STF parece estar pronto para fazer. Não há como não reconhecer o excesso no tratamento dado pelo STF até agora aos manifestantes”.

O senador Magno Malta, após o evento, afirmou: “Foi maravilhoso. O impacto disso no Congresso tem que ser positivo, e eu acho que vai ser, porque a única coisa que o parlamentar tem medo é do povo”.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que o ato perde força com as pesquisas divulgadas no final de semana, em que 56% dos entrevistados acham que os envolvidos nos atos de 8 de janeiro devem continuar presos.

“Eles querem ganhar no grito, mas não é assim que funciona. Vai ter efeito contrário. A demonstração foi fraqueza”.

O líder do PDT na Câmara, deputado Mario Heringer (PDT-MG) disse que “atacar o presidente da Câmara é um movimento errado dessa tática errática do bolsonarismo. Reconheço a legitimidade do ato, mas refugo o conteúdo belicoso”.

* Fonte: UOL