Audiência Pública sobre o TEA expõe desafios do diagnóstico tardio e cobra ações efetivas

O evento também destacou a importância da sensibilização da sociedade para o tema

Audiência Pública sobre o TEA expõe desafios do diagnóstico tardio e cobra ações efetivas
Advogada Amanda Teixeira. Foto: Giovanna Victoria/DeFato

Na noite da última quinta-feira (28), ocorreu no plenário da Câmara Municipal de Itabira a Audiência Pública sobre os desafios e perspectivas para o apoio a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por meio do requerimento nº 006/2025, de autoria do vereador Bernardo Rosa (PSB). Entre os temas abordados, um dos pontos foi o impacto do diagnóstico tardio, que afeta o desenvolvimento e a qualidade de vida dos indivíduos, além da maneira como são percebidos pela sociedade.

Bernardo Rosa (PSB) destacou as ações do mandato voltadas à comunidade autista, incluindo a criação de uma casa de apoio para pessoas com TEA e Síndrome de Down, além da proibição da soltura dos fogos com barulho ou com estampido. Ele também pontuou sobre a necessidade da criação do programa municipal de descoberta precoce dos sinais de autismo para minimizar o diagnóstico tardio.

“Nós propomos essa lei, para que a gente possa precocemente identificar, diagnosticar e começar a trabalhar desde criança. A gente tem diversos exemplos das pessoas já adultas que foram diagnosticadas e sofreram a vida toda”, pontuou.

Vereador Bernardo Rosa
Vereador Bernardo Rosa. Foto: Giovanna Victoria/DeFato

Importância do diagnóstico

Um dos depoimentos  marcantes foi o da advogada Amanda Teixeira, presidente da Associação das Mães, Pais e Amigos dos Autistas de Itabira (AMA), que compartilhou sua experiência de receber o diagnóstico aos 36 anos. Ela também ressaltou as dificuldades enfrentadas por autistas adultos devido ao mascaramento social, um mecanismo de adaptação para lidar com um mundo que, por muito tempo, ignorou suas necessidades. “Se eu falasse sobre minhas dificuldades na infância, diziam que era frescura ou me mandavam rezar mais. O diagnóstico é uma bússola, é libertador”, comentou. 

O evento também destacou a importância da sensibilização da sociedade para o tema, combatendo preconceitos e ampliando o acesso a diagnósticos precoces e tratamentos adequados. O colar de girassol, por exemplo, foi citado como um símbolo importante para autistas e pessoas com deficiências ocultas, ajudando no reconhecimento de suas necessidades específicas em diferentes espaços.

Ações para ampliar a conscientização e inclusão

No dia 3 de abril, Itabira receberá o seminário “Autismo: entender para acolher”, promovido pelo Centro Universitário Funcesi em parceria com o Instituto Social Actus e o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Centro Leste (Ciscel). Além disso, apoiarão o evento a Associação das Mães, Pais e Amigos dos Autistas de Itabira (AMA), a Prefeitura de Itabira, a Câmara de Itabira e o portal DeFato Online. O seminário, que estará alinhado ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, contará com palestras de especialistas e duas rodas de conversa sobre temas fundamentais para promover o acolhimento e a inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).