Aumento do diesel, custeio de funcionários e gratuidade no transporte justificariam reajuste da passagem, diz Cisne

Empresa pede autorização para elevar a tarifa dos atuais R$ 3, 65 para R$ 4, 45

Aumento do diesel, custeio de funcionários e gratuidade no transporte justificariam reajuste da passagem, diz Cisne
O conteúdo continua após o anúncio


Há quase um mês, na reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT), houve discussões em torno de um possível aumento no valor da passagem de ônibus coletivo em Itabira. Pela planilha de custos da Transportes Cisne, apresentada ao CMTT e à Transita, o reajuste representaria 22,19% de acréscimo para 2018. Com isso, a tarifa saltaria dos atuais R$ 3, 65 para R$ 4, 45. O conselho ainda não recebeu a análise feita pela Transita.

O gerente-geral da Transportes Cisne, Albino Pinheiro, conversou com a reportagem de DeFato Online na tarde dessa quarta-feira, 7 de fevereiro, e comentou fatores que justificariam um possível aumento nas passagens. Segundo ele, o constante avanço no valor do diesel, combustível utilizado na frota, é o principal fator que impulsionaria o reajuste na tarifa. Albino citou que somente do mês de dezembro em diante o aumento do combustível foi de quase 30%. Depois do combustível, o que mais impacta no transporte coletivo, conforme Albino, é ainda a mão de obra e a gratuidade a públicos específicos. Nesse último quesito, o benefício é coberto pelo pagamento da passagem pelos outros usuários.

A empresa possui em torno de 370 funcionários. Não reajustar a tarifa poderia colocar em risco o quadro funcional da empresa, argumenta o gerente. “É muito fácil você baratear a passagem, por exemplo, cortando mão de obra. Mas, e essas pessoas? Vão trabalhar onde? Não é simples assim. Para você querer cortar um cobrador tem que fazer um estudo a longo prazo para ir aproveitando essa mão de obra dentro da própria empresa. Toda a mão de obra que tem na empresa impacta no preço da passagem”, defendeu.

Mudanças de rota

O gerente-geral citou que mudanças de rotas interferem no sistema e também acabam resultando nos preços das tarifas. Ele argumentou que o sistema de rotas trabalhado na empresa atualmente data do ano de 2005, e que de lá para cá, a cidade teve grande crescimento. Foram criadas novas avenidas, novas rotas e as moradias do programa Minha Casa, Minha Vida mexeram muito com a população, já que muitas pessoas se mudaram de local. Ele mencionou empreendimentos recentes, como o condomínio Villa da Serra, próximo ao Parque de Exposições, e o Vila Real, no final do bairro Praia.

De acordo com Albino, um empreendimento que deve impactar positivamente é a construção da avenida Machado de Assis, caminho que encurtaria, por exemplo, a linha Fênix-Gabiroba, uma das mais usadas pelos cidadãos itabiranos.

“Hoje, o carro sai do Fênix, passa no Centro e sai no Gabiroba, e vice-versa. Com essa avenida, ele pode sair do Fênix, passar no Gabiroba e chegar no Centro, fazendo roteiro inverso. Isso é só um estudo, são sugestões que têm, mas tem que ver a parte técnica. Isso acaba influindo em menor consumo de diesel, menos ônibus e tudo impacta no preço da passagem”, comentou.