“Avaliamos como fato isolado”, afirma superintendente da FCCDA após assassinato no Festival de Inverno

Ao portal DeFato, Marcos Alcântara comenta decisão de seguir com a programação do evento mesmo após o crime

“Avaliamos como fato isolado”, afirma superintendente da FCCDA após assassinato no Festival de Inverno
Marcos Alcântara, superintendente da FCCDA, durante a coletiva de lançamento do Festival de Inverno – Foto: Gustavo Linhares/DeFato
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A noite do último domingo (17) prometia ser de festa, mas o assassinato de um jovem, de apenas 18 anos, estabeleceu uma nota triste no encerramento do 48º Festival de Inverno de Itabira. O crime aconteceu em meio às apresentações artísticas, próximo à maria fumaça, na Praça do Areão, e provocou intenso corre-corre e bastante comoção. Mesmo diante do ocorrido, a Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA) optou por não interromper o evento e dar prosseguimento à sua programação. Após o término dos shows, o superintendente da instituição, Marcos Alcântara, conversou com o portal DeFato.

“Nós lamentamos pela situação. Primeiramente, quando fazemos um evento desse porte, nós temos protocolos de segurança que precisamos seguir. Existe até uma normativa, [de acordo com] o porte do evento que estamos produzindo, ele têm várias etapas que precisam ser cumpridas para que possa acontecer. Nós cumprimos todas essas etapas. Foi um evento que tinha ambulância, segurança privada, apoio grandioso da polícia militar e brigadistas. Nós cumprimos todo o protocolo”, avalia Marcos Alcântara.

Mesmo após os disparos e ao assassinato, a FCCDA autorizou a continuidade da festa de encerramento, com a realização do show da Maria Gadú. Para o superintendente da instituição cultural, a decisão se explica pelo entendimento de ter sido um fato isolado e que não aconteceu na região do evento. Ele, ainda, destaca que havia segurança para garantir o bem-estar do público.

“Aconteceu um fato, não na área do show em si, como a praça é grande, não foi na área do show, mas em uma área mais distante. E esse fato que aconteceu nós avaliamos como um fato isolado, porque não aconteceu na área do palco, na região do show. Mediante equipe de segurança e o protocolo sendo seguido, nó demos sequência ao show”, afirma Marcos Alcântara.

Por fim, o superintendente da FCCDA classifica a cultura como uma das áreas que podem contribuir para reduzir os índices de criminalidade nos municípios. “Lamentamos, mas entendemos que a cultura tem um papel fundamental de [ajudar] a melhorar os indicadores de violência do nosso Município. Por meio da cultura vamos fazer grandes investimentos para gritar por paz. É o que trazemos como tom: somos um festival que defende a paz, que busca a cada dia trazer temas que possam melhorar a cidade que vivemos. Por isso nos posicionamos contra a homofobia, contra o racismo para termos cada vez mais uma cidade de paz”, argumenta.

"Avaliamos como fato isolado", afirma superintendente da FCCDA após assassinato no Festival de Inverno
Policiais militares chegando à Praça do Areão – Foto: Gustavo Linhares/DeFato

Nota oficial

A Prefeitura Municipal, por meio da FCCDA, emitiu uma nota oficial sobre o assassinato logo após o encerramento do show da Maria Gadú e do 48º Festival de Inverno de Itabira. No posicionamento, a instituição cultural afirmou que o evento possuía amplo efetivo de segurança e que optou por dar prosseguimento com a apresentação após garantias da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) de que haveria “manutenção do policiamento”.

Confira a nota oficial da FCCDA na íntegra:

A Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA) lamenta a ocorrência policial ocorrida na noite deste domingo (17), na Praça do Areão, durante o encerramento do 48º Festival de Inverno de Itabira.

A FCCDA, sempre atenta à segurança da população e após a manifestação de manutenção do policiamento pela Polícia Militar no intuito de garantir a segurança dos participantes, tomou a decisão de continuar o evento, com apresentação da cantora Maria Gadú.

O evento contava com amplo efetivo da Polícia Militar, seguranças particulares, brigadistas e ambulâncias, seguindo todo protocolo para eventos desse porte.

Vale ressaltar que durante os 22 dias de festival não foram registradas ocorrências policiais nos locais em que ocorreram os eventos.

O que se sabe até agora

A vítima é Marcelo Marques Fonseca, de 18 anos. Ele chegou a ser socorrido por uma equipe de bombeiros civis que trabalhava no local, sendo encaminhado para o Pronto-Socorro Municipal de Itabira (PSMI), mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo informações, os policiais que estavam nas imediações escutaram cerca de quatro disparos de arma de fogo e viram várias pessoas saindo correndo do evento. Os militares ao verificarem a situação depararam com a vítima caída ao lado da maria fumaça da Praça do Areão.

Até o momento não há nenhum suspeito preso e nem informações sobre a motivação do crime.

"Avaliamos como fato isolado", afirma superintendente da FCCDA após assassinato no Festival de Inverno
Policiais militares preservando a cena do crime para os trabalhos periciais – Foto: Gustavo Linhares/DeFato