Barão de Cocais lança selo social para ajudar mulheres e pessoas em vulnerabilidade a conseguirem trabalho
Município quer reduzir desigualdade de oportunidades no mercado de trabalho em função de gênero, idade e condição social
A Prefeitura de Barão de Cocais criou o selo social Elvira Komel. O plano é certificar as empresas locais que priorizarem, sobretudo, a contratação de mulheres. A proposta da política pública é contribuir para a equidade de gênero no ambiente de trabalho. O anúncio foi feito pelo município nesta quinta-feira, 29, e consta na Lei 1.939/2021.
O selo também será conferido aos empreendimentos que empregarem jovens que buscam o primeiro emprego e pessoas em situação de vulnerabilidade social. O público-alvo da proposta deve ser encaminhado às empresas pela seção municipal Casa do Trabalhador.
As empresas participantes precisam ter sede ou filial em Barão de Cocais por, no mínimo, seis meses consecutivos. A estratégia será acompanhada por um comitê formado por membros das secretariais de Assistência Social e de Desenvolvimento Econômico e da Associação Comercial de Barão de Cocais. É o grupo, inclusive, quem será responsável pelas ações de divulgação do selo social.
O prefeito Décio dos Santos (PSB) comemorou a iniciativa. Disse que ela estava prevista em seu plano de governo. “A partir de dados e do diálogo com a população, pudemos constatar essa desigualdade no mercado de trabalho e queremos incentivar a inclusão dessas pessoas”.
Quem foi Elvira Komel
Para pesquisadores da história do voto feminino no Brasil, a advogada mineira representa a luta incansável pelos direitos das mulheres durante as décadas de 1920 e 1930. Nascida em São João do Morro Grande, hoje município de Barão de Cocais, em 24 de junho de 1906, Elvira Komel diplomou-se em direito no Rio de Janeiro e, em 1929, abriu uma banca de advocacia em Belo Horizonte, o que era na época um ato de ousadia. Foi a primeira mulher a exercer a profissão no Fórum de Belo Horizonte e a primeira ou, seguramente, uma das primeiras mulheres alistadas eleitoras em Minas Gerais.
Com a Revolução de 30, que levou Getúlio Vargas ao poder, Elvira aderiu prontamente ao apelo revolucionário e publicou nos jornais de Belo Horizonte um manifesto dirigido às mulheres mineiras, convocando-as a apoiar o movimento revolucionário e comunicando a criação do Batalhão Feminino João Pessoa. Rapidamente, batalhões similares foram criados em outras cidades e, em menos de 30 dias, 8.000 mulheres se alistaram em Minas Gerais, sendo 1.200 de Belo Horizonte.