Bernardo Rosa critica a Vale e cobra plano real para o pós-mineração em Itabira
Vereador se diz abismado com informações omitidas pela empresa e exige diversificação econômica: “chega de parque e quadra”
Em discurso contundente na Câmara Municipal de Itabira, o vereador Bernardo Rosa manifestou forte indignação com a postura da mineradora Vale durante a reunião pública realizada pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) na última segunda-feira (12). Para ele, a empresa omite informações e desgastar emocionalmente a população com estratégias pouco transparentes e contraditórias.
“A gente vai acompanhando atentamente as ações da Vale. Elas já têm esse jeito de tentar ludibriar, de tentar nos ganhar pelo cansaço. Mas isso tem que ter um basta. A população se cansa, a gente se cansa dessa atitude”, declarou Bernardo.
O vereador reagiu com surpresa à nova alegação feita pela empresa, de que a mineração em Itabira só seguirá até 2041 se for aprovada a ampliação das cavas. “O que era dito na Bolsa de Valores era que a atividade da Vale seguiria até 2041. Agora, vem esse novo fato, dizendo que só continua se for autorizada [a ampliação das cavas]. Essa informação estava subentendida, obscura, e chegou de atropelo, sem que pudéssemos nos preparar para questionarmos o porquê dessa nova intenção da Vale”, criticou.
Bernardo fez questão de destacar que não se trata de uma briga com a empresa, mas de um diálogo que exige reciprocidade. “Itabira precisa da Vale, mas a Vale precisa mais de Itabira, e esse reconhecimento ela precisa ter”, afirmou.
O parlamentar também criticou duramente a resposta vaga da mineradora sobre o plano de fechamento de mina. “E o fechamento de mina? Fiquei abismado ontem [segunda-feira] porque a gente pergunta tanto sobre o fechamento de mina, aí o representante da Vale falou: ‘nós já protocolamos o fechamento de mina’. Vou fazer um ofício para solicitar qual é o projeto pós-mineração nesse fechamento de mina. Não é possível construir mais parque, mais quadra porque a gente está cansado disso. Chega de quadra, chega de parque! A gente quer diversificação econômica”, declarou.
Como proposta concreta, Bernardo anunciou que vai solicitar oficialmente à empresa a doação de um terreno para construção de uma unidade prisional em Itabira. “Inclusive, o terreno em que pode ser construída a unidade prisional é da Vale. Vamos pedir a doação desse terreno para o município e que ela construa o presídio, porque é diversificação econômica nesse novo formato em que as unidades são construídas em Minas Gerais”, finalizou.