Bolsonaro reúne cerca de 60 mil pessoas em ato pró-anistia

O espaço ocupado pelos manifestantes foi esquadrinhado com o Google Earth para o cálculo de público em metros quadrados

Bolsonaro reúne cerca de 60 mil pessoas em ato pró-anistia
Foto: Reprodução/Rede socias

O ato pró-anistia aos investigados e presos pelo 8 de janeiro de 2023, realizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (6), na avenida Paulista, contou com um público de cerca de 60 mil pessoas no momento de maior concentração.

Para o cálculo, o jornal digital Poder360 utilizou de fotos aéreas de alta resolução feitas por drones.

O espaço ocupado pelos manifestantes foi esquadrinhado com o Google Earth para o cálculo de público em metros quadrados.

O Poder360 marcou os locais conforme a concentração.

densidade baixa – uma pessoa por m2;
densidade média-baixa – duas pessoas por m2;
densidade média – 3 pessoas por m2;
densidade média-alta – 4 pessoas por m2;
densidade alta – 5 pessoas por m2.

Para chegar ao total estimado, o jornal digital somou o número de pessoas em cada metro quadrado, mas ressaltou a impossibilidade de contabilizar pessoas sob árvores ou marquises de prédios.

O evento contou com a participação de sete governadores:

Amazonas – Wilson Lima (União Brasil);
Goiás – Ronaldo Caiado (União Brasil);
Mato Grosso – Mauro Mendes (União Brasil);
Minas Gerais – Romeu Zema (Novo);
Paraná – Ratinho Júnior (PSD);
São Paulo – Tarcísio de Freitas (Republicanos);
Santa Catarina- Jorginho Mello (PL).

Durante o evento, quatro governadores, pré-candidatos à Presidência em 2026, tiraram foto juntos e compartilharam nas redes sociais com a mensagem “Unidos pela Anistia”. São eles: Caiado, Ratinho Júnior, Zema e Tarcísio de Freitas.

Bolsonaro foi tornado inelegível e virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe, mas se nega dar apoio público a algum possível candidato. 67% dos brasileiros acham que Bolsonaro deveria abrir mão de sua candidatura para 2026.

Foi notada a ausência do empresário Pablo Marçal (PRTB), ex-candidato a prefeito de São Paulo em 2024. Em vídeos postados em sua rede social ele aparece passeando no lago Paranoá, em Brasília, no sábado (5), e no domingo, em um evento em Alphaville, região metropolitana de São Paulo.

A pauta da manifestação, anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro teve como símbolo maior o batom, remetendo ao acessório e maquiagem utilizado pela cabeleireira Débora Rodrigues Santos, que pichou a estátua em frente ao STf com a frase: “Perdeu mané”. O acessório foi levado por manifestantes a pedido da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Durante o seu discurso, Michelle pediu que os manifestantes erguessem o braço com o acessório.

O evento foi organizado pelo pastor Silas Malafaia, que assim como o deputado Sóstenes Cavalcante, utilizou o discurso para pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o projeto sobre a anistia.

Também o PL segue pressionando Motta a pautar o requerimento de urgência do texto.

Segundo Sóstenes, ele mudou de estratégia e vai coletar assinaturas individualmente para incluir urgência na votação. Hoje ele tem 165 assinaturas e precisa de 257 assinaturas.

Em seu discurso, Bolsonaro declarou que a esquerda já perdeu a guerra contra a anistia e chamou de psicopata quem vê golpe no 8 de janeiro, além de criticar Lula e Moraes.

Michelle recorreu à ajuda do ministro Luiz Fux com os processos do 8 de janeiro, e lembrou o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA.

Tarcísio disse que “Anistia não é heresia”.

Ricardo Nunes afirmou que vai trabalhar dentro do MDB para aprovação da anistia.

Rogério Marinho, fiel escudeiro de Bolsonaro, disse que “Anistia é prerrogativa do Congresso”.

O deputado federal Nikolas Ferreira disse que Moraes “se lascou” e o chamou de “covarde”.

O pastor Silas Malafaia disse que Motta “envergonha o povo”.

A manifestação de Bolsonaro reuniu cerca de 11 vezes mais pessoas (60 mil) que o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) em 30 de março, com aproximadamente 5.500 participantes.

* Fonte: Poder360