Campanha de vacinação contra meningite agressiva é ampliada

A campanha de vacinação para a meningocócica C, que já é oferecida para menores de cinco anos, estará disponível até julho deste ano

Campanha de vacinação contra meningite agressiva é ampliada
Foto: Pixabay

O Calendário Nacional de Vacinação está realizando gratuitamente campanha de vacinação com a vacina meningocócica C (Conjugada) para crianças de até dez anos e que não tenham nenhuma dose do imunizante registrada no cartão. A ação será promovida até julho deste ano. 

A vacina já tem um histórico de disponibilidade em postos de saúde de todo o país para crianças menores de cinco anos de idade, e é administrada regularmente em esquema de duas doses, aos três e cinco meses de vida, com uma dose de reforço a ser aplicada, preferencialmente, aos 12 meses de idade. 

Já para as crianças que, por algum motivo, perderam a oportunidade de receber a vacina nas idades indicadas, usualmente, recomenda-se a administração de uma dose até os quatro anos.

Prevenção

A ampliação temporária da administração da meningocócica C (Conjugada) para crianças com menos de 12 anos ainda não vacinadas, busca aumentar a proteção contra a doença. A patologia é um dos tipos de meningite mais agressivos, que pode levar rapidamente à morte ou deixar graves sequelas. Em Minas Gerais, foram registrados 17 casos de doença meningocócica e quatro óbitos no ano de 2021. Já em 2022 foram seis casos e uma morte até o momento.

A vacina é a principal forma de prevenção da doença, que é de difícil tratamento. A cobertura vacinal em Minas Gerais para a meningocócica C (Conjugada) foi de 86,43% em menores de 1 ano e de 85,67% em crianças de um ano de idade ou mais no ano de 2020. Já em 2021, a cobertura registrada foi de 73,7% nos menores de um ano e de 72,26% para os maiores de um ano de idade. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é a cobertura vacinal de 95% dentro do público indicado para receber o imunizante.

A doença

A meningite é uma infecção séria que atinge as meninges, que são membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Embora todos os tipos de meningites demandem seriedade no acompanhamento do quadro clínico, a meningite do tipo doença meningocócica apresenta a maior gravidade e risco de morte.

“Todas deixam sequelas e levam à morte, porém a doença meningocócica tem evolução para óbito em até 24h, além de sequelas que vão de surdez até amputação de membros”, reforça Fernanda Barbosa, referência técnica da Coordenadoria de Doenças e Agravos Transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

A profissional esclarece que a doença meningocócica é a infecção causada por uma bactéria (meningococo), podendo apresentar vários sorogrupos, sendo A, B, C, W, X e Y os mais importantes. “A garganta dos seres humanos é o reservatório natural desse microrganismo, portanto, a sua transmissão ocorre por meio de partículas eliminadas durante a respiração, a fala, a tosse, o espirro, o beijo ou, ainda, por meio de contato direto com secreções respiratórias de pacientes ou portadores assintomáticos”, diz.

Controle

Josianne Dias Gusmão, coordenadora estadual do Programa de Imunizações, explica que, apesar de a faixa etária em maior risco de adoecimento ser a das crianças menores de um ano de idade, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença na comunidade. “Portanto, a única forma de controlar a doença meningocócica é manter elevadas coberturas vacinais tanto na população infantil como em adolescentes”, reforça.

A coordenadora também ressalta a importância fundamental da vacina para evitar a ocorrência de surtos da doença, assim como hospitalizações pelo sorogrupo C, sequelas, tratamentos de reabilitação e óbitos.