HNSD e Prefeitura negociam para retorno da maternidade SUS à instituição
HNSD pode voltar a atender pelo SUS na maternidade
O Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) confirmou nessa terça-feira, 25 de julho, que negocia com a Prefeitura de Itabira para retomar o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em sua maternidade. A informação havia sido antecipada pelo prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) em entrevista ao jornal Diário de Itabira. Segundo a instituição, a decisão ainda depende de alguns estudos técnicos que garantam a prestação do serviço para Itabira e região.
A maternidade do HNSD não oferece atendimento pelo SUS desde julho de 2016, quando o serviço foi transferido para o Hospital Municipal Carlos Chagas, por determinação da administração municipal anterior. O HNSD, então, optou por direcionar o atendimento de sua maternidade para clientes de planos de saúde e particulares.
Em entrevista ao Diário de Itabira, o prefeito Ronaldo Magalhães afirmou que pretende promover a mudança até dezembro deste ano. Na avaliação do petebista, a saúde em Itabira tem custo elevado e resultado “pequeno”. “Hoje são duas maternidades e uma apenas dá conta de atender Itabira e região. Sempre foi assim. Então, temos dois custos para atender o mesmo serviço”, argumentou. O chefe do Executivo disse que as negociações estão caminhando bem e têm aval do Conselho Municipal de Saúde.
Porém, de acordo com nota enviada à imprensa pelo HNSD, o retorno do atendimento SUS depende de uma mudança física na ala da maternidade. Isso porque, com a destinação à saúde suplementar e particulares, o número de assistência reduziu e, consequentemente, o espaço também foi readequado. “Dessa forma, para que o HNSD possa voltar a oferecer atendimento SUS em sua maternidade, será necessário adaptar a atual estrutura para absorver o aumento de pacientes, se preparar para essa mudança de fluxo de atendimento, reorganizar os leitos e aumentar o efetivo de profissionais”, pontuou a instituição.
Filantropia
Outra preocupação manifestada pelo prefeito Ronaldo Magalhães é com relação à filantropia do HNSD. Para ter as isenções desse tipo de instituição, o hospital precisa, obrigatoriamente, atender, no mínimo, 60% de pacientes pelo SUS. Segundo o prefeito, o Nossa Senhora das Dores pode ter dificuldades em se manter nesse percentual se a maternidade continuar atendendo apenas clientes de planos e particulares.
O HNSD, no entanto, informou que vem trabalhando para compensar o desnível com a saída da maternidade SUS e se manter como um hospital filantrópico. Para isso, tem promovido o credenciamento de novos leitos SUS – como os destinados a pacientes psiquiátricos – e credenciamento de novos setores para atendimento SUS, como a oncologia. “Um trabalho que se alinha com a política da instituição de sempre disponibilizar novas especialidades em sua cartela de serviços”, afirma.
Mais uma medida é a manutenção de parceria com a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas) para encontrar soluções que possam equalizar essa capacidade de atendimento. Nesse processo, a retomada da maternidade SUS é uma das alternativas para o cumprimento dessa meta estipulada pelo Ministério da Saúde.