Cai o percentual de fumantes; mas brasileiros bebem mais
Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (21) pelo Ministério da Saúde revela que, de 2006 a 2009, o percentual de fumantes na população caiu de 16,2% para 15,5%. De acordo com o ministério, o índice é bem menor que na Argentina e nos Estados Unidos, onde respectivamente 35% e 40% da população são dependentes da nicotina. Os […]
Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (21) pelo Ministério da Saúde revela que, de 2006 a 2009, o percentual de fumantes na população caiu de 16,2% para 15,5%. De acordo com o ministério, o índice é bem menor que na Argentina e nos Estados Unidos, onde respectivamente 35% e 40% da população são dependentes da nicotina. Os dados de tabagismo no Brasil fazem parte da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que entrevistou 54 mil adultos.
Ainda de acordo com o levantamento, 19% dos homens e 12,5% das mulheres fumam. A maior queda no uso do cigarro no Brasil ocorreu na faixa etária dos 35 aos 44 anos. Em 2006, 19% da população nessa idade era dependente do tabaco. Em 2009, a proporção de fumantes era de 15,1%.
O Governo comemora os dados. O número de fumantes no país vem caindo já há mais de duas décadas. Em 1989, 33% da população fumava, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, realizada pelo IBGE.
“O Brasil é um dos países com maior êxito na campanha de combate ao tabagismo. Foi uma queda muito expressiva no número de fumantes em um tempo muito curto”, enfatizou a coordenadora a coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta.
Na avaliação do Governo, algumas medidas contribuíram para reduzir o percentual de fumantes, como: a proibição de publicidade do tabaco; o aumento de impostos sobre o produto; e a inclusão de advertências mais explícitas sobre os efeitos danosos do fumo nos maços.
A pesquisa é realizada anualmente desde 2006 pelo Ministério da Saúde. Os dados são coletados e analisados por meio de uma parceria com o Núcleo de Pesquisa em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP).
O levantamento aponta que 13,3% dos brasileiros não-fumantes moram com pelo menos uma pessoa que costuma fumar dentro de casa. Além disso, 12,8% das pessoas que não fumam convivem com ao menos um colega que fuma no local de trabalho.
De acordo com a pesquisa, o fumo passivo é mais comum na residência dos 18 aos 24 anos (19%). Já no ambiente de trabalho, a situação é verificada principalmente na faixa etária dos 25 aos 34 anos (15,8%) e dos 35-44 (15,7%).
Brasileiros bebem mais
A população brasileira está ingerindo mais bebida alcoólica enquanto está fumando menos. Foram entrevistadas 54 mil pessoas. De 2006 a 2009, a proporção de brasileiros que abusam de bebida alcoólica subiu de 16,2% para 18,9% da população adulta. O ministério colocou nessa categoria quem bebeu em uma mesma ocasião, no mês anterior à pesquisa, cinco ou mais doses de álcool para os homens ou quatro ou mais doses para as mulheres.
O abuso de álcool é mais comum entre os homens (28,8%) do que entre as mulheres (10,4%). No caso da população masculina, de acordo com o ministério, o problema é mais grave do que o verificado em Argentina, Chile e Estados Unidos.
A capital em que mais gente consome álcool em excesso é Salvador (25,6%). São Paulo fica em 25º lugar, com 14,4%. No caso dos fumantes, a capital com maior número deles é Porto Alegre, onde 22,5% da população tem o hábito.
Deborah Malta lembrou que o Ministério da Saúde defende o projeto de lei que proíbe fumar em ambientes coletivos e acaba com os fumódromos. A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, em março deste ano, e está agora na Comissão de Assuntos Sociais da Casa em caráter terminativo.
“Precisamos de ambientes livres do tabaco para preservar o bem-estar das pessoas. O ministério apoia esse projeto e todas as iniciativas estaduais de restringir o fumo em recintos públicos”, afirmou Deborah.
O Instituto Nacional do Câncer informou que pelo menos 2.600 não fumantes morrem no Brasil por ano devido a doenças provocadas pelo tabagismo passivo. Pessoas que não fumam, mas enfrentam essas condições, têm 30% de chances a mais de desenvolver câncer de pulmão e 24% a mais de sofrer infarto e doenças cardiovasculares.