Tempo seco agrava problemas respiratórios e exige cuidados redobrados

Maria Maura diz que neste período do ano é de praxe o agravamento dos sintomas da bronquite

Tempo seco agrava problemas respiratórios e exige cuidados redobrados
O tempo seco tem predominado há vários dias em Itabira. Neste sábado, 27 de julho, por exemplo, a umidade do ar está perto de 70%, de acordo com o site do Centro de Previsão de Temperatura e Estudos Climáticos (Cptec). A baixa umidade favorece alergias, que se tornam ainda mais frequentes em crianças e idosos.  

Porém, a predominância nos mais novos e mais velhos não significa que os jovens e os adultos estejam imunes às doenças causadas pelo tempo seco, principalmente, naqueles com algum problema respiratório pré-existente. É o caso da itabirana Maria Maura Ferreira, monitora aposentada de 49 anos. Ela, que já tem bronquite e está acometida por uma pneumonia, diz que neste período do ano é de praxe o agravamento dos sintomas da bronquite. Para amenizar, há uma atenção especial quanto à limpeza da residência.

“A casa não é varrida para não dar poeira. O negócio é limpar direto com o pano de chão”, afirma.  Com o tempo seco, Maria Maura faz nebulizações diariamente e até evita ir para fora de casa quando os vizinhos queimam algo no quintal – prática muito comum nesta fase do ano.

O vice-presidente do Departamento de Alergologia da Associação Médica de Minas Gerais, Cláudio Oliveira Iani, explica que o grande malefício da baixa umidade é ressecar as vias aéreas, abrindo “portas” para as infecções. “A mucosa irritada pode dar entrada para vírus ou bactérias, por isso o ar seco aumenta o risco de contrair infecções.” O profissional diz que para as pessoas alérgicas, a maior quantidade de pó em suspensão no ar é um agravante dos sintomas. “Ao contrário do que muita gente pensa, o que causa a reação alérgica é o pó doméstico com ácaros acumulados em camas e sofás. O que a poeira da rua pode provocar são sintomas respiratórios, dificilmente irão desencadear uma alergia”, diz.

No caso do adolescente Alexandre Vítor Duarte Fonseca, de 14 anos, que tem adenoide, rinite e sinusite os sintomas são acentuados nesta fase. Muita tosse, dor de cabeça, pálpebras inchadas e avermelhadas e febre. Segundo sua mãe, a técnica administrativa Ivone Alves Duarte, no período chuvoso os sintomas simplesmente não aparecem.

Além de constantemente fazer a aplicação de colírio ou soro fisiológico nos olhos e nebulização com soro, a mãe conta que Alexandre adota algumas medidas para evitar os sinais. “No quarto dele não tem cortinas, bichos de pelúcia, ele dorme somente com edredom e não com cobertor e ainda coloca uma bacia de água no quarto”, contou.

Para evitar o ressecamento das mucosas pelo ar seco, o conselho do especialista é usar umidificadores (ou uma bacia com água) e ingerir muito líquido. “Essa secura faz mal para todo mundo, seja alérgico ou não. Por isso é preciso beber muita água, muito suco. Às vezes, a sonolência logo depois do almoço e no final de tarde é desidratação”, ressalta Cláudio Iani.

Proteja-se

» Beba muita água, água de coco e sucos naturais
» Prefira alimentos leves e frescos, como saladas, frutas e carnes grelhadas. Evite frituras
» Durma em local arejado. Para umedecer o ambiente, use aparelhos específicos ou coloque uma bacia com água no ambiente
» Evite atividades físicas ao ar livre e exposição ao sol entre as 10h e 17h
» Evite banhos com água muito quente, pois ressecam ainda mais a pele
» Em caso de problemas respiratórios, procure um especialista

Doenças respiratórias mais comuns:

Doença

Descrição

Agente causador

Sintomas/Transmissão

Resfriado

Inflamação e infecção aguda do nariz e da garganta.

Vírus.

O contágio pode se dar através de tosse, espirro ou contato pessoal com um doente.

Gripe

Infecção com sintomas mais graves do que o resfriado.

Vírus.

Dura em média de quatro a dez dias. Provoca dores musculares, tosse, corrimento nasal, dor de garganta, febre alta e inflamação das vias respiratórias.

Pneumonia

Doença infecciosa aguda que pode atingir um ou ambos os pulmões, que ficam inflamados.

Geralmente vírus ou bactérias.

Causa febre, dificuldades para respirar, tosse com expectoração e dores no peito, palidez e comprometimento do estado geral.

Sinusite

Inflamação dos seios da face.

Origem infecciosa, principalmente viral, bacteriana e alérgica.

Os sintomas mais comuns são tosse produtiva, com catarro, congestão nasal contendo secreção esverdeada ou amarelada persistente, dor de cabeça, secreção na garganta. Pode ou não haver febre.

Laringite

Inflamação da laringe.

Geralmente causada por vírus ou bactéria.

Os sintomas são febre baixa ou moderada, rouquidão, tosse seca e dor de garganta. Pode fazer parte de vários tipos de viroses.

Asma

Doença inflamatória pulmonar.

Ocorre um estreitamento das vias respiratórias decorrentes da exposição ao fumo, poluentes, ar muito frio ou substâncias que causam alergia, como o pólen, certos alimentos, perfumes e outros.

Os sintomas são, além da tosse seca e irritativa, chiado e dificuldade para respirar.

Bronquite

Inflamação dos brônquios. Ocorre nas formas aguda ou crônica, sendo que a primeira surge repentinamente e tem curta duração. Os casos de bronquite crônica persistem durante anos.

Pode ser desencadeada por vírus ou bactéria.

Os sintomas são tosse persistente, com expectoração de catarro, e podem ser parecidos com os da asma.

Bronquiolite

Inflamação dos bronquíolos.

De origem viral. O Vírus Respiratório Sincicial (VRS), com alta prevalência entre março e junho, é uma causa importante da bronquiolite.

Apresenta-se com tosse, chiados e dificuldade respiratória. Os sintomas são parecidos com os da asma e acomete as crianças de baixa idade, na maioria dos casos.

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