Gestantes e lactantes devem se vacinar contra a febre amarela, recomenda associação médica
Decisão é motivada pelo risco de surto e imunização é a forma mais eficaz de prevenir a doença
Os números alarmantes de casos de febre amarela em Minas Gerais motivaram o Ministério da Saúde (MS) a prestar mais atenção em um grupo de risco importante: as gestantes e lactantes. Em função disso, a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte mudaram as regras de contraindicação e liberaram a vacinação desse público sem recomendação médica formal. A triagem está sendo feita pelas enfermeiras do posto. Até então, a dose não era recomendada para as gestantes e lactantes, pois não havia risco de surto no Estado.
A Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) incentiva a vacinação e orienta que as gestantes e lactantes devem ser avaliadas previamente por um profissional de saúde que esclarecerá os benefícios e risco da imunização, levando em conta o risco dos eventos adversos.
O presidente da Sogimig, Carlos Henrique Mascarenhas Silva, esclarece que é imprescindível seguir a orientação do Ministério da Saúde: “a febre amarela traz um grande risco à saúde das gestantes, podendo levar à morte. Sabemos que quanto maior o número de pessoas vacinadas, menor a chance da doença se alastrar. É um ajudando o outro na prevenção. Se todos se imunizarem, aqueles que não podem se vacinar ficam indiretamente protegidos. Dessa forma, vamos evitar o reaparecimento da febre amarela urbana, que foi erradicada do Brasil há 70 anos”.
O Ministério da Saúde orienta que as lactantes que estiverem amamentando um bebê de 6 meses ou mais já imunizado podem ser vacinadas sem a necessidade de suspender o aleitamento materno. Caso contrário, é preciso adiar a amamentação por 10 dias. Quem não pode receber a imunização deve usar medidas protetivas como repelente e roupas cobrindo todo o corpo, além de evitar áreas próximas a matas, inclusive bebês.