Dia mundial do lúpus: despreparo no atendimento à doença é barreira em Itabira, diz paciente

Itabirana diagnosticada com a doença também se queixa de ausência de medicações na Farmácia Municipal

Dia mundial do lúpus: despreparo no atendimento à doença é barreira em Itabira, diz paciente
Katia Fonseca. Foto: Wesley Rodrigues/DeFato

Em 18 de maio de 2016, passou a vigorar em Itabira a lei 4.897 que instituiu a ‘Semana Municipal de Atenção e Luta contra o Lúpus”, como forma de difundir a enfermidade, suas particularidades e como trata-la. Porém, de lá para cá, pessoas com doenças reumáticas afirmam que não viram na prática políticas públicas sobre o tema na cidade. A queixa foi levada nesta semana à Câmara de Vereadores por Katia Fonseca, diagnosticada com lúpus há poucos anos.

O lúpus é uma doença autoimune, isto é, quando o sistema imunológico do corpo ataca células saudáveis. Há inflamação em diversos órgãos. Os sintomas podem surgir de repente ou lentamente, serem moderados ou graves, temporários ou permanentes. Entre os sinais estão dor nas articulações, rigidez muscular, inchaços, sensibilidade à luz do sol e irritação cutânea (vermelhidão na face).

O lúpus é parte do grupo de doenças reumáticas que inclui outras doenças como artrose, artrite reumatoide, fibromialgia, tendinites, bursite, gota, febre reumática e osteoporose. Nesta quinta-feira, 10 de maio, é lembrado o Dia Internacional de Atenção à Pessoa com Lúpus.

Vítima da doença, a auxiliar administrativo Katia Fonseca critica o despreparo da rede de saúde pública para lidar com o problema. “Infelizmente temos profissionais da saúde que desconhecem a realidade de uma pessoa com lúpus”, alertou. Por causa das dores agudas a que estão sujeitas as pessoas que tem a doença, um exemplo desse afirmado despreparo, cita Katia, é a demora no atendimento e a incompreensão do quadro do paciente.

Na tribuna da Câmara, onde fez uso na terça-feira (8), Katia fez um apelo para que os vereadores intermedeiem junto ao Executivo uma maior capacitação de profissionais de Saúde, além da implantação de uma rede de referência e centro de especialidades médicas no município.

Medicações 

Fonseca lamentou também a falta de remédios na Farmácia Municipal, desde os mais básicos como para dores nas articulações, o que “tem comprometido o tratamento dos pacientes”. “Há um descumprimento continuado pela Prefeitura de uma recomendação já feita pelo Ministério Público à falta de medicações no órgão”, denunciou.

Katia levou à Câmara um grupo de pessoas que, assim como ela, também sofre com a patologia. A totalidade de pessoas com lúpus na cidade é desconhecida. A ativista contou que um levantamento sobre essa quantidade seria feito no município pela saúde pública, mas o planejamento não foi executado.

A Prefeitura de Itabira foi procurada para se manifestar a respeito das queixas feitas e um posicionamento da administração é aguardado.   

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