Cirurgias cardiovasculares via SUS no HNSD ainda esbarram em entraves burocráticos
Pleito antigo do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), o credenciamento de cirurgias cardiovasculares junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) ainda esbarra em entraves burocráticos. O processo de realização de procedimentos em alta complexidade praticamente voltou à estaca zero depois que o Governo de Minas Gerais desautorizou a instituição a realizar um dos três […]
Pleito antigo do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), o credenciamento de cirurgias cardiovasculares junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) ainda esbarra em entraves burocráticos. O processo de realização de procedimentos em alta complexidade praticamente voltou à estaca zero depois que o Governo de Minas Gerais desautorizou a instituição a realizar um dos três serviços que eram requeridos pelo hospital itabirano.
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Em documento encaminhado à direção do HNSD, a Secretaria de Estado de Saúde autorizou o hospital a realizar as Cirurgias Cardiovasculares e procedimentos da Cardiologia Intervencionista. No entanto, foi desfavorável à habilitação para a Cirurgia Vascular, que também era requerida pela instituição. A análise leva em conta questões técnicas e estruturais, tanto do hospital quanto do município, assim como expectativa de atendimentos e população a ser atendida.
De acordo com o diretor-executivo do HNSD, Alexandre Coelho, a partir da manifestação do estado, o processo de credenciamento tem que iniciar todo de novo, inclusive com novos estudos de viabilidade. “É um processo bem burocrático, mas é uma realidade que o hospital quer abraçar para pegar este pleito de alta complexidade”, comenta.
“Fizemos a manifestação e o estado deu um parecer no qual ele viabilizou quais tratamentos da cirurgia cardiovascular podem ser realizados em Itabira. A partir da devolução deste documento, a gente tem que dar início novamente aos trâmites junto ao município, GRS (Gerência Regional de Saúde) e União. Esse pleito leva em consideração o que o Estado indicou que Itabira tem capacidade para oferecer e os recursos financeiros das esferas estadual e federal para custear estes serviços”, disse Alexandre Coelho.
Em agosto do ano passado, durante evento no HNSD, o provedor do hospital, Vaquimar Vaz, afirmou que o credenciamento para cirurgias cardiovasculares poderia render até R$ 4 milhões de repasses anuais ao Nossa Senhora das Dores.
Capacidade técnica
O presidente da Irmandade Nossa Senhora das Dores, bispo Marco Aurélio Gubiotti, afirma que o hospital mantido pela entidade hoje já possui estrutura e capacidade técnica para realizar as cirurgias cardiovasculares. O que falta é o dinheiro para estender à população que não pode pagar pelo procedimento.
“Temos totais condições de realizar os serviços de alta complexidade na área de cirurgias cardiovasculares. Ainda não temos o credenciamento, mas temos já equipe técnica e condições logísticas. Esperamos que os poderes públicos reconheçam essa capacidade”, comentou em entrevista a DeFato Online após a missa de 160 anos do HNSD.
Da mesma forma, o ex-provedor e atual membro do Conselho Fiscal da Mesa Administrativa do HNSD, Márcio Labruna, também defende a capacidade técnica da instituição. Ele cita que as doenças coronárias são as que mais letais atualmente, o que justifica o pleito do hospital em oferecer o procedimento via SUS.
“Hoje nós já podemos fazer particularmente. Nós já temos condições de fazer grande parte das cirurgias aqui, mas tem que ser pago. O nosso centro cirúrgico e o nosso corpo técnico têm essa capacidade. Mas, para ser algo público, é preciso haver este credenciamento. Sabemos que hoje o que mais mata é o coração. É o campeão de mortalidade. Então, temos mesmo que investir muito nessa área de cirurgia cardiovascular”, afirma.