Chefe da Comissão Europeia anuncia 20 milhões de euros para a Amazônia
Investimento foi anunciado após encontro com presidente da República
Depois de se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Brasil, nesta segunda-feira (12), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou um aporte de 20 milhões de euros ao Fundo da Amazônia. Ela ainda prometeu um investimento na América Latina de 10 bilhões de euros, sem mencionar quando isso pode ocorrer.
Ursula disse: “É um grande prazer anunciar que vamos aumentar o investimento na região (AL) por meio da Global Gateway. A UE vai investir 10 bilhões de euros na América Latina e Caribe. E este é só o começo, já que o valor será complementado por investimento privado e pelas contribuições dos Estados-membros”.
A presidente da Comissão Europeia também destacou o papel fundamental da Floresta Amazônica nas questões climáticas. “Conversamos sobre a Floresta Amazônica, que é uma maravilha da natureza, o pulmão verde do nosso planeta e grande aliada contras as mudanças climáticas. Então, queremos contribuir com 20 milhões de euros para o Fundo Amazônico, no qual os Estados membros também deverão contribuir”.
Sinceridade
O encontro foi cordial, mas marcado por franquezas de ambos os lados quanto à discussão sobre o acordo do Mercosul e a União Europeia. A visita é a primeira de uma série que a presidente da Comissão está fazendo pela América Latina para apresentar a proposta de investir 10 bilhões de euros na região.
O instrumento adicional ao acordo com o Mercosul, encaminhado em março pelo bloco europeu, provocou uma tensão entre os dois blocos. Na oportunidade, Von der Leyen cobrou uma resposta brasileira à carta, enquanto Lula teceu críticas às exigências no documento.
Em declaração à imprensa, após se reunir com o presidente brasileiro, Von der Leyen disse acreditar que é hora de concluir os laços entre os dois blocos. “Aguardamos, pacientemente, a sua resposta para entendermos os passos a dar. Acredito que, até o fim do ano, poderemos concluir o acordo”.
A referida carta pretendida pelo bloco europeu traz uma série de exigências para concluir esse acordo pretendido há pelo menos duas décadas, mas, amplia compromissos do Mercosul especialmente no campo ambiental, prevendo sanções em caso de descumprimento.
Em seu diálogo com Leyen, Lula foi enfático em dizer que deve existi entre parceiros estratégicos uma confiança mútua, e não desconfiança e sanções, salientando que o novo documento contém leis próprias com efeitos extraterritoriais que desequilibram o acordo. Essas iniciativas representam potenciais restrições às exportações agrícolas e industriais brasileiras.
Outra divergência é sobre as compras governamentais, cujo dispositivo no documento prejudicaria a política de desenvolvimento do país, que prevê a participação de empresas locais nas compras governamentais, como forma de incentivo à indústria nacional.
Por fim, Lula disse: “Reiterei o desejo do meu governo de construir uma agenda bilateral positiva. Com cooperação ativa, podemos abrir horizontes benéficos em diversas áreas”, finalizou.