Chegada de grandes redes em Itabira aumenta a concorrência e oferece mais opções aos consumidores

A Lojas Americanas inaugurou unidade em Itabira recentemente

Chegada de grandes redes em Itabira aumenta a concorrência e oferece mais opções aos consumidores
O empresário santa-mariense Emerson Alvarenga Barbosa, o Gui, disse certa vez a DeFato, numa das entrevistas sobre seus empreendimentos, que Itabira é diferenciada. Tudo que se faz, vende. A afirmação traduz o imenso potencial do mercado consumidor itabirano, que tem atraído grandes redes varejistas do Brasil inteiro. A economia pujante se deve à mineração, é verdade, mas o comércio é um grande destaque, principalmente como um dos maiores empregadores da cidade.
 
Para o consumidor, a chegada das grandes empresas, como o recente caso das Lojas Americanas, é excelente. São redes que praticam preços competitivos e ofertam grande variedade de produtos e serviços. Para o comércio de maneira geral também é bom, porque aumenta a concorrência, tira o empresário local do comodismo e atrai clientes da região, transformando a cidade em um consistente polo comercial.
 
Em alguns casos, como do empresário Ronaldo Alves, do Glutton Centro, a concorrência até aumenta as vendas. Ronaldo inaugurou a lanchonete e choperia há cerca de 10 anos na praça Nico Rosa, época que a região bancária começava a se transformar no  point da garotada. Há um ano, o Subway também inaugurou uma franquia no local e muitos acreditavam que os estabelecimentos ao redor sofreriam o peso do novo concorrente. Que nada. O ponto ficou ainda mais atraente e as vendas mais aquecidas. Para todos.
 
Ronaldo explica o interessante fenômeno da praça Nico Rosa. Segundo ele, quanto mais lanchonetes e restaurantes no local, mais a região atrairá clientes da cidade como um todo. De qualquer modo, ele está sempre atento à concorrência.
 
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e diretor das lojas Dular, Gil César Lopes, comenta que a concorrência, principalmente com grandes redes, profissionaliza o comércio itabirano. “Quando chega uma empresa de grande porte para Itabira, ela fomenta mais negócios e faz com que o Centro se movimente ainda mais”, afirma. A profissionalização, segundo César, engloba marketing, produtos de qualidade, gestão eficiente (principalmente em relação ao controle de gastos) e, sobretudo, atendimento. Também é fundamental comprar bem, senão fica impossível trabalhar preços competitivos.
 
César usa sua própria história para exemplificar que é possível garantir o sucesso mesmo entre os grandes. O grupo Dular, que vende móveis, celulares e eletrodomésticos, é um dos que tem fortes concorrentes em Itabira, como Casas Bahia, Ricardo Eletro, Magazine Luiza e Ponto Frio. Mesmo assim, a empresa itabirana, com quase 50 anos, inaugurou recentemente sua 18ª unidade na região e prepara grandes investimentos em um centro de distribuição em Itabira.
 
O cliente itabirano, na opinião de César, valoriza o comércio local, principalmente estimulado pelas campanhas de fim de ano da CDL – mas só se tiver preço, atendimento e qualidade. Este ano, inclusive, a campanha de Natal da entidade vai movimentar pelo menos R$ 30 milhões, segundo expectativas próprias. O prêmio principal será uma picape S10, avaliada em R$ 79 mil, além dos brindes instantâneos. Desde o início, a campanha sorteou apartamento, casa e carro zero entre os clientes que comparam nas lojas participantes. Uma forma de garantir que o dinheiro das compras natalinas continue circulando na cidade.
 
Espaço para crescer
Há em Itabira um clamor por um grande shopping, como em Ipatinga e nas regiões metropolitanas, mas nenhum empresário, por enquanto, arrisca um projeto audacioso. Na verdade já arriscou. O prédio à venda que fica entre a rua Doutor Sizenando de Barros e a avenida Daniel Jardim de Grisolia, no Centro, seria o Center Shopping itabirano. O edifício começou a ser construído em 1991, mas parou seis anos depois por causa de problemas com a empresa responsável. De lá para cá, o que era uma grande expectativa para o comércio transformou-se em elefante branco.  A ideia de um shopping é muito badalada entre consumidores, mas não empolga empreendedores e investidores. O receio é quanto ao retorno do investimento, considerado alto demais.
 
Talvez não igual ao de Ipatinga, mas Itabira poderia ter uma espécie de shopping a céu aberto. César defende a ideia de um calçadão, com infraestrutura de qualidade, muita luz, postes enfeitados e lojas de segmentos diversos. O conceito é muito explorado nos Estados Unidos, na Europa e em algumas metrópoles brasileiras. Se for em área pública, a Prefeitura poderia ser parceira na estruturação do local.
 
Com ou sem shopping center, o fato é que Itabira ainda tem muito espaço para crescer o seu comércio. A cidade é rica, tem renda per capta acima da média e sedia alguns dos mais importantes investimentos em mineração do estado. Não é por outro motivo que os gigantes do varejo continuam desembarcando por aqui. O cenário para o empresário itabirano é de otimismo. Dá para ousar mais.