Clássico entre Cruzeiro e Atlético termina em empate bom para… quem?

Dado o apito final, boa parte das análises tratava o jogo como um tropeço cruzeirense e um bom resultado do Atlético. Uma visão rasa e preguiçosa

Clássico entre Cruzeiro e Atlético termina em empate bom para… quem?
Foto: Fernando Moreno/AGIF

Os mais de 60 mil torcedores presentes no Mineirão na noite de domingo (18) assistiram a um jogo brigado, falado, truncado e sem gols. Mandante, o embalado Cruzeiro foi para cima do Atlético desde o primeiro minuto, mas viu o rival segurar o 0 a 0 e manter a longa invencibilidade nos clássicos válidos pela Série A disputados no Gigante da Pampulha. Nestas circunstâncias, a última vitória cruzeirense foi em 2013.

Dado o apito final, boa parte das análises tratava o jogo, por todo seu contexto, como um tropeço cruzeirense e um bom resultado do Atlético. Uma visão rasa e preguiçosa. Não estamos falando de um confronto entre um gigante e um pequeno.

Comecemos pelo lado azul da história. A frustração da torcida é óbvia, mas agora são sete jogos consecutivos sem perder e jogando bem. Na noite de domingo, quem colocou a bola no chão foi o Cruzeiro. Além disso, empatar um clássico não é nada desastroso pensando a longo prazo.

Assim como não é para o Atlético, cuja principal preocupação deve (ou deveria) ser o desempenho. Foram 90 minutos de ligações diretas, ausência completa do meio campo e pouquíssimo trabalho para a defesa cruzeirense.

Seria até exagero dizer que o time comandado por Cuca se defendeu bem. Além da falta de capricho do rival para definir as jogadas, com direito a bola no travessão, foram muitos cartões amarelos e escanteios concedidos. Evitar grandes defesas do seu goleiro é o mínimo para quem se propôs apenas a marcar.

Por fim, a tabela, por si só, também fala. Mesmo sem vencer, o Cruzeiro subiu uma colocação e agora é o terceiro do Brasileirão. Já o Galo caiu duas casinhas e ocupa o 9º lugar.

Diante de tudo isso, é justo questionar: o empate foi realmente melhor para o Atlético ou estamos relativizando uma atuação muito fraca? Quando pesamos a mão em quem, mesmo com tantas deficiências, buscou jogar e tratamos o medíocre como algo heroico, levamos a análise para um lado perigoso. Tenho certeza que nenhum atleticano passou a semana contando as horas para assistir seu time apenas se livrando da bola.

Sobre o colunista

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

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