Clínica Integrar marca Abril Azul com reflexões sobre autismo e reforça importância da inclusão para além do mês de conscientização

Um dos pilares do trabalho desenvolvido pela Integrar é a compreensão de que o diagnóstico do TEA requer tempo, escuta e envolvimento de diversos profissionais

Clínica Integrar marca Abril Azul com reflexões sobre autismo e reforça importância da inclusão para além do mês de conscientização
Foto: Divulgação/ @clinicaintegrar

Instituído como o mês de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Abril Azul busca ampliar o debate público sobre o tema e promover uma sociedade mais inclusiva. A campanha alerta para a importância da escuta, do diagnóstico responsável e da construção de espaços que respeitem as singularidades das pessoas autistas. Logo no início do mês, a programação em Itabira contou com o seminário Funcesi Azul, que reuniu profissionais da educação, saúde e representantes de instituições de cuidado multidisciplinar. Entre eles, a Clínica Integrar, que atua na cidade desde 2023, marcou presença por meio da fonoaudióloga Thaís Martins. Para encerrar o mês, a reportagem do portal DeFato Online conversou com Eduardo Mendes, que é psicólogo e atua na Integrar.

Diagnóstico é processo, não momento

Um dos pilares do trabalho desenvolvido pela Integrar é a compreensão de que o diagnóstico do TEA requer tempo, escuta e envolvimento de diversos profissionais e da própria família. “É muito difícil pensar que um diagnóstico possa ser concluído em uma consulta de 30 minutos. O olhar precisa ser coletivo. A família participa, contribui e convive. O diagnóstico é construído com responsabilidade e cuidado. Com o tempo, essa preparação ocorre gradualmente, e a família deve ser co-participante desse processo”, explica Eduardo.

Outro ponto levantado pelo psicólogo é o conceito de inclusão, muitas vezes tratado como responsabilidade apenas da criança ou de sua família. “A inclusão é um projeto de sociedade. Ela depende da construção de ambientes que acolham, escutem e respeitem. A escola, por exemplo, precisa ser um espaço de emancipação, onde todos possam ser quem são e coexistir com respeito às diferenças”, destaca.

Além do trabalho clínico, a Integrar pretende atuar com formações e parcerias nas escolas da rede pública, contribuindo para a capacitação de educadores e para a criação de espaços mais preparados para acolher a diversidade.

Pequenas ações, grandes mudanças

Com o encerramento do Abril Azul, fica o lembrete de que os desafios e conquistas relacionados ao TEA vão muito além de um mês de conscientização. A campanha abre portas para um compromisso contínuo, essencial na construção de uma sociedade mais inclusiva. Para Eduardo, o verdadeiro valor desse movimento está na oportunidade de ampliar diálogos sobre temas que, por muito tempo, foram silenciados. “O autismo revela a diversidade presente em cada um de nós. A escuta atenta e o respeito às diferenças são passos fundamentais para que possamos construir, de fato, uma sociedade inclusiva”, conclui.