Cofundador do Movimento Gay de Minas morre de Covid-19
Ativista deixa extenso legado na luta pelo direito à dignidade da população LGBTQIA+; sepultamento aconteceu na tarde deste domingo, em Juiz de Fora
O cofundador do Movimento Gay de Minas (MGM), Marco Trajano, morreu no último sábado (17), às 15h10, aos 57 anos, em decorrência das complicações da Covid-19. O ativista – que atualmente estava lotado na Procuradoria-Geral do município de Juiz de Fora – deixa extenso legado na luta pelo direito à dignidade da população LGBTQIA+.
Internado há 30 dias no hospital Santa Casa de Misericórdia da cidade, Trajano deu entrada na unidade para ser submetido a uma angioplastia.
“Durante a realização de exames pré-operatórios, a infecção por Covid-19 foi confirmada. Na UTI, ele foi intubado e não resistiu após uma parada cardíaca”, contou Oswaldo Braga, companheiro de Trajano há 30 anos, em entrevista ao Estado de Minas.
“O Marco estava muito animado para se vacinar, mas infelizmente não deu tempo. Ele foi mais uma vítima de um governo irresponsável na compra de vacinas”, criticou.
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Sobre o movimento
O Movimento Gay de Minas (MGM) é uma organização não governamental voltada para a defesa dos direitos dos homossexuais no Brasil, especialmente no estado de Minas Gerais. Foi fundado em 1998, em Juiz de Fora.
A entidade oferece assistência jurídica e psicológica para homossexuais, além de promover campanhas de prevenção de DST/AIDS e abrigar atividades culturais como grupos de dança, teatro e drag queens. Em 2001, inaugurou em Juiz de Fora o Centro de Convivência do Cidadão Homossexual (CCH), onde promove debates sobre problemas dos homossexuais no Brasil. A sede foi alvo de 29 ações de vandalismo.
Uma importante vitória do MGM foi a aprovação, em 2000, da Lei Municipal nº 9791 de Juiz de Fora, conhecida como “Lei Rosa”, que proíbe a discriminação da população LGBT na cidade.