Com diversas ações sociais, projeto Cabeça Feita completa cinco anos

Criada em 2017, ação pretende, agora, construir uma nova sede

Com diversas ações sociais, projeto Cabeça Feita completa cinco anos
Entrega de materiais escolares é uma das ações realizadas pelo projeto. Foto: Divulgação
O conteúdo continua após o anúncio


Realizado em Itabira e no distrito de Senhora do Carmo, o projeto Cabeça Feita completou, no dia 10 de fevereiro, cinco anos de trajetória. A ação foi idealizada pelo vereador Sidney Marques Vitalino Guimarães, o “Sidney do Salão” (PTB), cujo apelido remete justamente ao projeto.

Atualmente, o político itabirano atua como voluntário no Cabeça Feita, onde já foram formados 1800 alunos. Os participantes, oriundos de regiões carentes da cidade, contam com cursos (unha, sobrancelha, fanfarra, marcenaria rústica, elétrica, aplicação de insulfilm) e oficinas (karatê, pintura, crochê, entre outros), além de participarem de ações sociais, como cortes de cabelo gratuitos.

Na última terça-feira (15), por exemplo, foi realizada a entrega de mais de 100 kits de materiais escolares para crianças carentes dos bairros Eldorado e Barreiro.

Criado inicialmente no bairro Eldorado, o projeto – gerenciado pela atual presidente Ana Paula Marques –  possui unidades no Santa Marta, Água Fresca, Jardim das Oliveiras e no distrito de Senhora do Carmo. São aproximadamente 75 colaboradores, sendo 25 deles professores, envolvidos nas atividades. Itabiranos de todos os bairros da cidade podem participar.

Fundador e ex-presidente do Cabeça Feita, Sidney do Salão explica que, aos poucos, outras atividades foram incorporadas ao projeto.

“O projeto não tem fins lucrativos, a gente faz parcerias com igrejas, associações, entidades, para chegarmos mais perto da população. E todo ano trazemos alguma novidade em relação a cursos e oficinas. No primeiro ano, trabalhávamos só no dia da ação social. E entendemos que doar roupas, calçados, fazer aferição de pressão, não era suficiente. Então decidimos mudar o modo de trabalho do projeto, e desde 2018 passamos a oferecer cursos, para a pessoa seguir a carreira dela em qualquer área”, comenta.

Cabeça Feita
Sidney do Salão e outros voluntários do Cabeça Feita. Foto: Divulgação

Envolvido em projetos sociais desde os 17 anos, quando oferecia cortes de cabelo gratuitos à comunidade, o vereador destaca que o mais difícil foi escolher o nome do projeto. Para ele, o “Cabeça Feita” resume bem qual a intenção do trabalho realizado por ele e seus colegas.

“Queríamos atingir um público mais jovem, então o termo ‘cabeça feita’ dá duplo sentido: ‘nossa, você é cabeça feita, trabalhador’. Ou então ‘ahh, fulano tem cabeça feita, usa drogas etc’. A ideia é colocarmos dentro dessa cabeça coisas boas, não ruins. Por isso trabalhamos com o lema ‘solidariedade, felicidade, amor e paz’. Este é o cabeça feita”, ressalta.

“De lá pra cá foi um crescimento total, em 2018 tivemos um sopão na nossa sede. Continuamos ainda com os dias de ação social, mas agora ele é mensal e os próprios alunos do projeto atendem o público. Então, o aluno do corte de cabelo vai no evento para cortar o cabelo da comunidade, e além de ensiná-los a aprender a profissão, também damos a oportunidade para eles fazerem o social e atenderem às pessoas”

E como atuar em uma cidade com tantos problemas sociais? A resposta passa, também, pelo cunho educacional da iniciativa, explica Sidney.

“No primeiro ano, não conseguimos atender a demanda. Era muito difícil, porque são muitas pessoas precisando de cesta básica, roupas, material escolar, então muitas delas a gente encaminha à Assistência Social. Mas para amenizar esse sofrimento, essas pessoas precisavam de uma oportunidade. Por isso, ao invés de dar a cesta básica ou a roupa, é melhor oferecer um curso”.

“Alguns bairros tem pessoas que passam necessidades extremas, de se assustar mesmo. Então a gente também vai nessas pessoas. Mas é um atendimento único, ou assistido duas vezes por ano, porque não conseguimos segui-la durante todo o ano”.

Cabeça Feita
Foto: Divulgação

Retomando gradualmente as atividades, o Cabeça Feita também pensa no futuro. De acordo com Sidney do Salão, o principal objetivo é construir uma sede própria para o projeto. Já há, inclusive, um local pré-definido: uma quadra da Avenida Mariana.

“Para o futuro, temos um sonho da nossa sede própria. Já conseguimos a concessão de uso, na quadra da Avenida Mariana, e a gente já até fez um muro lá, mas ainda não conseguimos começar essa obra. Acredito que daqui a dois, três anos ela já esteja em um estágio bem avançado. Precisamos de ajuda em tudo que fazemos, é um trabalho voluntário, então estamos buscando parcerias para construir essa sede, que trará muito conforto aos nossos alunos”, afirma o vereador.

Por fim, o idealizador do projeto fala sobre como tem sido conciliá-lo com a rotina legislativa. Segundo Sidney, a chegada de outros voluntários ajudou a suprir um pouco da demanda.

“Não tem sido complicado conciliar, porque gosto muito do projeto. Como o fundei, conheço cada detalhe dele. Para mim, está sendo novo na Câmara, já que preciso estudar um pouco mais a questão jurídica. Porém, em relação ao projeto está tranquilo. O tempo diminuiu um pouco, mas chegaram outros voluntários e a gente vai dividindo as atividades”, explica.

Cabeça Feita
Fundador do projeto, Sidney do Salão conversou com a DeFato Online. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Quem pode participar?

Para participar dos cursos profissionalizantes do Cabeça Feita, é necessário ter 16 anos ou mais. Já as oficinas são disponíveis a quaisquer itabiranos a partir dos oito anos. Os participantes passam por uma triagem no momento da inscrição, na qual é preenchida, inclusive, a renda familiar do pretendente.

Caso queira se tornar um colaborador, é possível entrar em contato pelas páginas do Instagram e Facebook. Qualquer tipo de contribuição é bem vindo, e o candidato também pode conversar com o próprio Sidney do Salão pelo número (31) 987454160.