Como funciona a doação e o transplante de órgãos em Minas Gerais? A DeFato explica
Nesta quinta-feira (18), o itabirano Aguinaldo Estorari teve seus órgãos transportados por um helicóptero para doação ao MG Transplantes
Muitas vezes o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação. O Sistema Único de Saúde – SUS, tem o maior programa público de transplante do mundo, no qual cerca de 87% dos transplantes de órgãos são feitos com recursos públicos, permitindo que cada vez mais pessoas tenham uma vida melhor.
Nesta quinta-feira (18), o itabirano Aguinaldo Estorari teve seus órgãos transportados por um helicóptero da Polícia Militar de Minas Gerais para doação ao MG Transplantes. Aguinaldo tinha 52 anos e teve sua morte cerebral constatada por médicos do Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC), após ser vítima de um infarto no último fim de semana.
Com a decisão da família, as córneas e rins de Agnaldo puderam ser encaminhados para pacientes que aguardavam ansiosos (as) na fila de espera – possibilitando mais esperança e qualidade de vida para quem tanto precisa. A atitude sensibilizou os itabiranos e por isso, a DeFato preparou uma matéria explicando sobre como funciona a doação e os transplantes de órgãos e tecidos, e como as pessoas podem fazer para serem futuras doadoras.
Transplante
O transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto.
O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos diferentes examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar, que é interpretado por um terceiro médico.
Doação em Minas Gerais
A doação de órgãos e sua destinação para transplante é coordenada em Minas Gerais pelo MG Transplantes, que é responsável pela captação e distribuição de órgãos em todo o estado, por meio da central estadual de transplantes (CET). Há três tipos de doadores: o doador em morte encefálica, o doador vivo e o doador de coração parado. É importante comunicar à família o desejo de ser doador, não é necessário deixar nada por escrito.
Podem ser doados os seguintes órgãos e tecidos: córneas, coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas, intestinos, pele e tecidos musculoesqueléticos. O doador vivo é qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, sem comprometimento de sua saúde e aptidões vitais. Por lei, podem ser cônjuges e parentes até o quarto grau.
Os doadores vivos podem doar um dos rins, a medula óssea, uma parte do fígado e uma parte do pulmão. O potencial doador vivo também deve ser encaminhado a um centro transplantador, para que se verifique as possibilidades do transplante. A retirada de tecidos e órgãos de doador falecido para transplantes depende da autorização do cônjuge ou parentes até o segundo grau, que são consultados após o diagnóstico de morte encefálica (parada total e irreversível do cérebro, atestado por diversos exames).
Quando o paciente está em quadro de morte encefálica, podem ser retirados todos os órgãos passíveis de doação. Com o coração parado é possível doar apenas as córneas, que podem ser retiradas num prazo de até seis horas. Para entrar na lista de receptores de órgãos e transplante é preciso ser encaminhado por um médico para um dos centros transplantadores. O paciente é submetido a vários exames, que variam conforme o caso clínico, para que seja comprovada a necessidade do transplante.
Para a realização do transplante, há uma lista única do estado de Minas Gerais, sob a responsabilidade do MG Transplantes, em que são observados vários critérios: urgência, compatibilidade de grupo sanguíneo, compatibilidade anatômica (tamanho do órgão e do paciente), compatibilidade genética, idade do paciente, tempo de espera, dentre outros critérios.
Em caso de dúvidas da população, podem ser esclarecidas pelo telefone 0800-2837183 ou na página: www.saude.mg.gov.br/doeorgaos.
MG Transplantes
Endereço: Avenida Professor Alfredo Balena, 400, 1º andar, Bairro Santa Efigênia, BH/MG
Telefones: (31) 3219-9200 e 3219-9201
E-mail: [email protected]
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Infraestrutura
Minas Gerais proporciona uma boa logística de transporte aéreo e terrestre no estado. O transporte aéreo, à disposição 24 horas, ajuda no transporte da equipe para retirada de múltiplos órgãos fora de Belo Horizonte e também no transporte de órgãos e tecidos. Nos locais onde não existe a possibilidade de pouso de avião, as polícias militar e civil, bombeiros e gabinete civil têm helicópteros à disposição.
Histórico
Criado em 1992, o MG Transplantes é reconhecido nacionalmente como um órgão organizado e ativo. É responsável, por meio do Serviço Nacional de Transplantes (SNT), por monitorar a lista única de transplantes de órgãos e tecidos, receber fichas de inscrição dos profissionais autorizados a transplantar, manter busca ativa constante nos hospitais de cada das sete OPO’s, entre outras funções.
A Central Estadual de Transplantes (CET), está situada em Belo de Horizonte e as Organizações de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO’s) nas regiões Sul (Pouso Alegre), Leste (Governador Valadares), Nordeste (Montes Claros), Zona da Mata (Juiz de Fora), Oeste (Uberlândia), na cidade de Ipatinga e Região Metropolitana (Belo Horizonte). A estrutura funcional da CET é composta por diretor geral, gerente administrativo, coordenadores dos núcleos de coração, fígado, rins, córneas e rim/pâncreas.
*** Matéria com informações da Fhemig e do Governo Federal