Como profissionais de saúde podem reduzir a propagação do coronavírus?

Após primeiro teste positivo constatado em São Paulo, novas suspeitas de contaminação pelo Covid-19 surgiram em diversos estados do Brasil;

Como profissionais de saúde podem reduzir a propagação do coronavírus?

O novo tipo de coronavírus, identificado no fim do ano passado na China, na província de Wuhan, pertence a uma grande família viral que atinge o sistema respiratório. Sua capacidade de contagio gerou alerta internacional. Assim, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), com base em levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, apresentou medidas que cirurgiãs(ões)-dentistas devem adotar como forma de prevenção de infecções respiratórias, como a causada pelo coronavírus (COVID-19).

Ainda estão sendo realizadas investigações sobre as formas de transmissões do novo tipo do coronavírus. Contudo, já se sabe que a disseminação ocorre de pessoa para pessoa. O vírus pode ser transmitido pelo ar, por meio de gotículas de saliva, espirro ou tosse, e também contato com secreções e superfícies ou objetos contaminados, seguido de toque na boca, nariz ou olhos.

Recomendações

É altamente recomendado a profissionais de saúde, entre eles cirurgiãs(ões)-dentistas, não negligenciar medidas de precaução padrão durante os procedimentos, como o uso de máscaras cirúrgicas, luvas, avental não estéril e óculos de proteção. Para procedimentos como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, o indicado é a precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Também são medidas consideradas importante para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus, lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool 70%. Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas. Evitar contato próximo com pessoas doentes. Ficar em casa quando estiver doente. Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo. Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.

Além disso, o CROSP também aconselha aos profissionais da saúde bucal a se imunizarem contra a gripe. A campanha nacional de vacinação contra a Influenza (tipos A,B e C) foi antecipada pelo Ministério da Saúde como estratégia para não sobrecarregar os atendimentos hospitalares em casos de gripe e auxiliar os profissionais de saúde a acelerarem o diagnóstico para o coronavírus. A campanha terá inicio no dia 23 de março.

Sintomas

Os sinais do COVID-19 são muito semelhantes a um resfriado, sendo febre, tosse e dificuldades respiratórias os sintomas mais comuns. O vírus pode também causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. Em caso de suspeita, a(o) cirurgiã(o)-dentista deve encaminhar o paciente para atendimento médico com o descritivo dos sintomas observados pelo profissional a fim de identificar o material genético do vírus em secreções respiratórias.

Coronavírus

De acordo com o Ministério da Saúde a maioria das pessoas se infecta com algum tipo de coronavírus ao longo da vida, sendo os mais comuns o alpha coronavírus 229E e NL63 e o beta coronavírus OC43 e HKU1. Nos últimos anos, outras duas epidemias foram desencadeadas por membros desta família: a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), causada pelo SARS-CoV, e a MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), causada pelo MERS-CoV.

Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a “nova” doença é causada por uma variante do vírus causador da SARS e está sendo chamada de COVID-19. Até então, milhares de casos desse novo coronavírus foram confirmados em mais de 45 países. No fim de janeiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Apesar da grande capacidade de transmissão, a taxa de mortalidade da doença não é considerada alta, ficando em cerca de 3%.

Nos últimos dias, dois casos da doença foram confirmados no Brasil e o Ministério da Saúde subiu o alerta para a possibilidade de epidemia, levando os governos a colocarem em prática planos de vigilância e controle para conter a doença.