Concede-nos a tua paz
Peçamos ao bondoso Deus que nos ajude a sermos portadores da paz e construtores de pontes que gerem a fraternidade e o amor
Como acontece todos os anos, o Santo Padre o Papa Francisco dirigiu uma mensagem de felicitações e de esperança, por ocasião do 58º Dia Mundial da Paz. Este ano, o Papa Francisco escolheu a seguinte temática: “Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz”.
O Papa Francisco dividiu a mensagem nos seguintes tópicos:
1 – Na escuta do grito da humanidade ameaçada;
2 – Uma mudança cultural: somos todos devedores;
3 – Um caminho de esperança: três ações possíveis
4 – A meta da paz.
1 – Na escuta do grito da humanidade ameaçada: “Em 2025, a Igreja Católica celebra o Jubileu, um acontecimento que enche os corações de esperança. O “jubileu” remonta a uma antiga tradição judaica, quando a cada quarenta e nove anos o toque da trombeta (em hebraico: yobel) anunciava um tempo de clemência e de libertação para todo o povo (cf. Lv 25, 10). Este apelo solene deveria ecoar por todo o mundo (cf. Lv 25, 9), a fim de restabelecer a justiça de Deus nos diferentes âmbitos da vida: no uso da terra, na posse dos bens, na relação com o próximo, sobretudo os mais pobres e os que tinham caído em desgraça”.
2 – Uma mudança cultural: somos todos devedores: “Não me canso de repetir que a dívida externa se tornou um instrumento de controle, através do qual alguns governos e instituições financeiras privadas dos países mais ricos não hesitam em explorar indiscriminadamente os recursos humanos e naturais dos países mais pobres para satisfazer as necessidades dos seus próprios mercados. A isto se acrescenta que várias populações, já sobrecarregadas pela dívida internacional, vejam-se obrigadas a suportar também o peso da dívida ecológica dos países mais desenvolvidos. A dívida ecológica e a dívida externa são dois lados da mesma moeda, desta lógica de exploração que culmina na crise da dívida”.
3 – Um caminho de esperança: três ações possíveis: “Gostaria, portanto, de sugerir, no início deste Ano de Graça, três ações que podem devolver a dignidade à vida de populações: Antes de mais, retomo o apelo lançado por São João Paulo II, por ocasião do Jubileu do ano 2000, para que se pense numa “consistente redução, se não mesmo no perdão total da dívida internacional, que pesa sobre o destino de muitas nações”.
Reconhecendo a dívida ecológica, os países mais ricos sentir-se-ão chamados a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para perdoar as dívidas dos países que não estão em condições de pagar o que devem. “Além disso, faço apelo a um firme compromisso de promover o respeito pela dignidade da vida humana, desde a concepção até à morte natural, para que cada pessoa possa amar a sua vida e olhar para o futuro com esperança, desejando o desenvolvimento e a felicidade para si e para os seus filhos. Com efeito, sem esperança na vida, é difícil que surja no coração dos jovens o desejo de gerar outras vidas.
Particularmente neste sentido, gostaria de convidar, uma vez mais, para um gesto concreto que possa favorecer a cultura da vida. Refiro-me à eliminação da pena de morte em todas as nações”.
4 – A meta da paz: “Que 2025 seja um ano em que a paz cresça! Aquela paz verdadeira e duradoura, que não se detém nas querelas dos contratos ou nas mesas dos compromissos humanos. Procuremos a verdadeira paz, que é dada por Deus a um coração desarmado: um coração que não se esforça por calcular o que é meu e o que é teu; um coração que dissolve o egoísmo para se dispor a ir ao encontro dos outros; um coração que não hesita em reconhecer-se devedor de Deus e que, por isso, está pronto para perdoar as dívidas que oprimem o próximo; um coração que supera o desânimo em relação ao futuro com a esperança de que cada pessoa é um bem para este mundo”
Em sua mensagem, o Papa Francisco, concretamente recomenda, então, três ações que podem realmente traçar o caminho de paz: o perdão da dívida internacional; a abolição da pena de morte e a criação de um Fundo mundial que elimine definitivamente a fome.
Peçamos ao bondoso Deus que nos ajude a sermos portadores da paz e construtores de pontes que gerem a fraternidade e o amor. Vamos ser peregrinos de esperança, nesse ano de 2025, para que o mundo ou, ao menos onde nós estivermos, seja vivido na harmonia e na paz.
Padre Hideraldo Verissimo Vieira é pároco na Paróquia São João Batista – João XXIII, em Itabira, e licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com especialização em Ensino Religioso pela PUC Minas.
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