Concessão da BR-381 pode custar até R$ 500 em pedágio de BH a Ipatinga

Estimativa é do movimento Nova 381 que, durante Audiência Pública nesta quinta-feira, apresentou documento com várias ponderações, incluindo os valores previstos de tarifas

Concessão da BR-381 pode custar até R$ 500 em pedágio de BH a Ipatinga

A cidade mineira de Governador Valadares recebeu nesta quinta-feira (1°) a primeira audiência pública para discutir o modelo de concessão previsto para a BR-381.

Ao todo, serão quatro sessões presenciais, em que qualquer cidadão poderá participar do debate, mas as sugestões também podem ser feitas pelo site da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) até o dia 2 de setembro. O próximo encontro será realizado em Belo Horizonte, nesta sexta-feira (2), das 13h30 às 17h30, no Hotel Boulevard Plaza – salão Strauss.

Foto: Nova 381

Um dos pontos que chamaram a atenção de usuários e empresários do Leste Mineiro que compareceram a primeira audiência pública foi o valor previsto para as 11 praças de pedágio, apresentado pela ANTT. De acordo com o vice-presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e coordenador do Movimento Nova 381, Luciano Araújo, os motoristas que passarão pelos trechos após as melhorias podem pagar até R$ 500 de tarifa por viagem – cálculo feito pelo Nova 381 para condutores de caminhão.

A preocupação com o alto custo do pedágio, segundo Luciano Araújo, é justificável, já que o valor pode retrair futuros investimentos esperados com a duplicação da BR-381. “Sabemos que a obra é cara e complexa, mas com essa previsão de pedágio fica inviável muitos investimentos e dificulta a projeção de um produto competitivo no mercado, já que os valores para o frete vão aumentar e isso encarece o mercadoria”, disse o coordenador.

A proposta para a taxa básica de pedágio, por praça, é de R$ 8,54 para pista simples e R$ 11,10 para pista duplicada.

Foto: Nova 381

Além do preço previsto para o pedágio, outras respostas foram cobradas durante o debate, como a duplicação nos trechos dos atuais lotes 5 e 6, de João Monlevade e Nova Era, onde estão previstas apenas melhorias. “É um dos trechos mais perigosos. Já que está decidida a concessão, que seja com uma solução definitiva”, declarou.

A chegada a Belo Horizonte também foi outro ponto de questionamento. A proposta de concessão não esclarece, segundo Luciano Araújo, como será feito o reassentamento das 1.600 famílias que deverão ser retiradas da margem da rodovia para a duplicação.

Os questionamentos feitos pelo Movimento Nova 381 foram protocolados em um documento entregue aos representante da ANTT ao final da audiência. Segundo Luciano, o registro também teve como objetivo mostrar o posicionamento das empresas do Vale do Aço a respeito da concessão. “Todos concordaram porque hoje sai mais barato pagar o pedágio e ter as obras concluídas do que arcar com o desgaste dos veículos”, disse o coordenador.