Coreia do sul: manifestantes exigem prisão de presidente

País vive turbulência institucional desde que o presidente tentou aplicar lei marcial que foi derrubada pelo parlamento

Coreia do sul: manifestantes exigem prisão de presidente
Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol. Foto: DEMA (Agência de Mídia do Ministério da Defesa da Coreia do Sul)

Neste domingo, centenas de sul-coreanos reuniram-se perto da residência do presidente afastado Yoon Suk Yeol, pedindo sua destituição e prisão. A manifestação acontece em meio a tentativas das autoridades de detê-lo por conta do decreto da lei marcial.  A declaração de lei marcial ocorreu em 3 de dezembro, causando instabilidade institucional do país. Desde que o Parlamento afastou o presidente, coube ao ministro das Finanças sul-coreano ocupar a posição interina de presidente.

Dezenas de investigadores de agências anticorrupção e policiais tentaram executar um mandado de detenção contra Yoon na sexta-feira. No entanto, retiraram-se de sua residência em Seul após um tenso impasse com o serviço de segurança presidencial que durou mais de cinco horas.

O pedido de prisão

Na terça-feira passada, um tribunal de Seul emitiu um mandado para deter Yoon e um mandado separado para revistar sua residência. Isso aconteceu depois de o presidente ter desafiado as autoridades, recusando-se a comparecer para interrogatório e obstruindo buscas no seu gabinete. O mandado para sua detenção é válido até amanhã. Contudo, não houve indicações imediatas de que as autoridades anticorrupção estivessem prontas para enviar os investigadores de volta à residência. Funcionários do serviço de segurança presidencial foram vistos instalando arame farpado perto do portão e ao longo das colinas que levam à residência de Yoon durante o fim de semana, possivelmente em preparação para outra tentativa de detenção.

Os advogados de Yoon contestaram os mandados de detenção e busca contra o presidente e sua execução, devido a uma lei que protege locais potencialmente ligados a segredos militares de buscas sem o consentimento do responsável – que seria Yoon. Eles também argumentam que o escritório anticorrupção não tem autoridade legal para investigar acusações de rebelião e que os policiais não têm autoridade legal para ajudar na detenção de Yoon.

Interferência de agentes do Estado

A prisão do presidente não foi possível graças à mobilização de membros do serviço de segurança e das forças armadas do país, que impediram procuradores de Justiça de efetuarem as prisões. Sendo assim, o gabinete responsável pela investigação de casos de corrupção solicitou novamente a prisão de Yoon Suk Yeol.

As informações são do Estadão Conteúdo e Agência Brasil